sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Viva La vida*


“Eu ouço os sinos de Jerusalém tocando”, como diria ColdPlay; há quem prefira a trilha sonora de Vivaldi em Primavera de As Quatros Estações. Verdade que quando se está apaixonado, qualquer coisa faz lembrar a pessoa amada. Verdade também que a paixão augusta se tornou rara em nossos dias. Nada mais de suspiros, de olhar a lua juntos, de flores, ou de declarações afáveis. Afinal de contas, onde estarão os “sinos” internos dessa nossa geração? A atualidade tornou as coisas práticas demais. O flerte se resumiu a segundos (e quando há).E Assim as coisas correm sem as complicações dos arrufos de corações “absinticos”.
Vale dizer, a paixão arrebatadora e descomposturante é rara sim, mas não está em extinção. Um dia ela nos chega e nos faz ver um mundo novo de delicias multicolores; o futuro não nos interessa, o presente é imprescindível (principalmente nos momentos a dois) e o passado se torna algo longínquo, sem sentido... O problema é quando tudo isso acaba e nos vimos em um quarto escuro, debaixo do edredom escutando Bruno e Marrone. Ah! Lembro-me agora dos saborosos versos de Vinícius, “de repente fez-se de triste o que se fez amante, e de sozinho o que se fez contente”. Aí temos de aprender como sair de uma situação que lembramos vagamente como entramos.
Mas a idéia é simples. Quando aparece o The End, isso indica a hora de se acender as luzes, levantar a bunda da cadeira e ir pra casa. Mas agente não faz isso, não é? Não. E o que se faz diverge de individuo para individuo, incluindo depredação de bens, catatonismo, melancolia, voluptuosidade, alcoolismo, loucura... (a lista segue). Tudo confirmando a lei ação x reação.
A dor de cotovelo, acredite, é um aprendizado como a maioria das outras dores. Ao nascermos sentimos a dor aguda e imprescindível do ar adentrando os nossos pulmões. Por isso, não fuja, aprenda. Avalie-se e amadureça. Caso se sinta só, compre um conhaque. Depois disso você estará mais forte (ou mais bêbado); apto a valorizar mais o The End, tanto quanto o começo.
Depois de uma dor de cotovelo qualquer um passa a valorizar mais o chope com os amigos. Viva La Vida!
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* Texto inaugural do romântico Denner G. Lopes.

8 comentários:

  1. =D esse é meu amigo!!! rsrs
    Mto bom, como sempre!!!
    É isso aí, vamos viver la vida! ;D

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  2. O tempo que gastamos pensando como será o futuro sem o outro já é um tempo que poderiamos estar aproveitando. Gostei da mensagem e do texto do novo integrante! Boa ideia a foto da fratura no cotovelo, rsss.

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  3. Achei esse post tão... digamos... Fio de cabelo - Chitãozinho e Xororó... Perfect! Meu primo eh foda rpz...! hahaha

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  4. Adoooorei o texto. Mas, cantar viva la vida é bem mais fácil do que praticá-la.:

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  5. Gostei demaisssssssssss,palavras realmente verdadeiras.Gostei dessa parte. "Temos de aprender como sair de uma situação que lembramos vagamente como entramos."

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  6. Adorei...Absolutamente verdadeiro...realidade...Parabéns Denner

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