quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Velho Aparelho

Mais um poema antigo...

Não é o toque do telefone
Que me desespera
Ele sempre toca
Mas o que me toca
O que me preocupa
É a espera
São esses longos minutos
Que me tiram o domínio
Esses segundos absurdos
Frios como alumínio
Que não possuem piedade alguma
É essa frialdade da tortura
Cada tic-tac do ponteiro
É um tiro certeiro
É um espinho na carne
É um pulso a mais no peito
É uma farpa
É um aperto
É um calafrio
É um vazio
Que parece não ter fundo
É tudo o que sinto
Enquanto espero
Num só segundo.




Thaís Carvalho

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