quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

FANTÁSTICO COTIDIANO


Sabe essas coisas que só acontecem uma vez na vida? Não, não é disso que vou falar, encontrei no cotidiano algo novo pra contar. Algo mágico a cada dia e gasto nas manhãs tardias marcadas sempre pela chuva e aquela vontade de estar, ficar, permanecer, e tudo que esses verbos de LIGAÇÃO nos permitem.

Alegre pelo milagre da vida, me esperava no fim de cada dia, com promessas encardidas ele teimava. Teimava em chamar minha atenção, em buscar meu olhar. Teimava em se fazer lembrar quando acordo, no banho, no jantar.

Buscava eu palavras para descrevê-lo e nisso já corriam dias. Seu abraço apertado, seu perfume, seu sorriso, já não eram coisa de contar, duravam o dia todo e cabiam em versos assim, assimétricos e de pouca rima.

Agora era eu que teimava. Teimava em lembrar, teimava em esperá-lo no fim de cada dia, em buscar seu rosto, em sentir seu cheiro, para então encontrar nisso tudo aquilo que há de mais fantástico e que não acontece uma vez só na vida, mas está presente nas coisas simples como uma manhã chuvosa, e que como você, cabe neste poema.

Grade



A relevância era infiel em suas expectativas
Pois, no fechar dos olhos, a luz ainda continuava a clarear seu rosto
Iluminando cada detalhe triste naquele momento

Aquelas grades que impediam meu corpo
Não evitavam a sobriedade dos meus sentimentos
Angustiavam meu coração, rugiam meus sentimentos
Mas no pequeno detalhe do segundo restante
Deu-me força de expelir minhas amarras pra fora
Pedindo apenas a sua mão

A segurar, nada tinha ela a ganhar
Contudo, mesmo existindo aquela grade rente a nos
Nossas mãos encontraram-se

Era como nunca tivéssemos nos conhecido
Cada detalhe era novo, assim como a sensação de encontro
Foi prosseguindo até cada rosto se encontrar
No colar dos olhos, no sentir da respiração
A única barreira era a grade, que por sua vez
Foi vencido por um pequeno encostar dos lábios
Naquele momento, mesmo separados
Ainda éramos somente um corpo.

sábado, 26 de dezembro de 2009

Nosso novo amigo Gostar de Alguém!

Gostar de Alguém é um sujeito doido varrido que manipula os corpos dos pobres mortais. Gostar de Alguém é cego, surdo e mudo, mas pode usar todos os sentidos juntos na busca da felicidade.

Ele conspira bondade, mas pode ser egoísta e ciumento, ele faz com que sua presa passe por situações constrangedoras, mas pode também dar alegria à criatura mais antipática.

Gostar de Alguém não usa relógio ou calendário, ele pode fazer essa mudança em tempos inimagináveis, quem já não ouviu falar em amor à primeira vista? Isso ocorre quando ele ta na dinâmica do ladrão desesperado. Gostar de Alguém não escolhe distâncias, ou meios, só depende de um coração disposto e sincero.

Aliás, Gostar de Alguém tem suas preferências, outro dia inclusive ele pediu uma reunião com membros dessa confraria pra elogiar, e fazer algumas críticas pontuais. Ficamos felizes e já estamos preparando uma reunião após as férias. Afinal, quando você não pode com o mais forte, deve unir-se a ele.

Coração


Um poema antigo meu, espero que gostem...


Coração


Se esse coração falasse
Dissesse com todas as letras
O que quer
Ou quem quer
Se ele gritasse
Batesse o pé, teimasse
Fosse pra cima, chamasse pra briga
Desse porrada
Apelasse
Se ele xingasse a mãe
Ou quem quer que fosse
Se ele mostrasse
O caminho,
o torto e o direito
Desmoralizasse
O peito
E, se depois de tudo
Ninguém desse corda
Ele parasse...


Aí quem sabe
Um dia
Eu percebesse que ele batia.



Thaís Carvalho

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

sabor de açaí*

Nunca te amei, essa é a verdade (nua e crua). Nunca amei ninguém. Apenas algumas paixões fugazes, outras nem tanto. Mas eu me lembro de você. E de nós. E daquele beijo com gosto de açaí. Odeio açaí. Lembro das brigas, das lágrimas e das verdades. Da tarde de chuva, sozinha. Da piscina. Da tarde de sábado. Dos telefonemas que pararam rápido. Você partindo. Eu partindo. Alguém estava sempre abandonando o barco. Não estava destinado a dar certo. Ou melhor, estava. Estava demais, e por isso tinha sempre alguém que não queria. Que sabotava. Ora eu, ora você. Fomos idiotas? Talvez. Eu não queria que tivesse dado certo. Ou queria demais, já nem sei. Lembro do primeiro beijo, mas não do último. Ou lembro? Eu partindo. Eu partindo de novo. Nos partimos. Ao meio. Aos pedaços. Não recolho, deixo no chão e vou embora. Eu chorando ao telefone e você perguntando “Você está melhor?”. Estou? Com você sempre estou. Nós dois olhando o rio. Tentando de novo. De novo. E de novo. O telefone tocando. Tarde de outubro. Está melhor? Com você nunca estou. Você dormindo, do meu lado. Teu rosto encostado no meu ombro. Primeiro amor? Talvez. Acho que não. A verdade é que eu nunca te amei. Mas você sempre esteve em mim, infelizmente.

*Texto de Veriana Ribeiro, mais uma romântica...

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Vir a Ser


Tudo ou uma parte se inicia com olhares, com apresentações corteses, encontros ao acaso do tipo um no ônibus lotado e outro no ponto restando nada mais que acenos, alguns consideram as artimanhas do acaso, da vida ou do que quer que alguém atribua ao “lançar” para o Universo e todas as suas forças cósmicas.

Entre tantos casos e acasos (causos também) são conhecidas histórias, estórias, verdadeiras crônicas (nelsonrodriguianas ou não), olhares, pensamentos, idéias e nuances dessa maravilhosa subjetividade que o ser humano possui. Filmes, músicas, cantos, encantos e desencantos (afinal a certa altura do campeonato amoroso já é possível estar aberto a surpresas). A cada música, das mais bregas às mais românticas, de Reginaldo Rossi à Maroon 5, do Pequeno Dicionário Amoroso (época em que nem rolava silicone) à Vick Cristina Barcelona, nada mais importa para os corações falantes e apaixonados.

Nessa condição de vida amorosa, não importa se aquele cara vai lhe fazer engordar algumas arrobas e ser o pai de suas crias, lavar a louça ou fazer a feira no sábado de manhã e ainda se a mocinha vai atrapalhar muitas peladas numa noite qualquer ou no sábado à tarde. O que parece importar é viver todos os momentos de um laissez faire maravilhoso.

sábado, 12 de dezembro de 2009

Quase*



De tudo que um dia existiu e acabou, ficam as lembranças! Algo que nem o tempo, nem a ação de alguém podem apagar. As boas lembranças surgirão nos momentos menos adequados, inesperadamente... Quase um “Déjá vu”! E serão provas irrefutáveis de que valeu a pena ter vivido aquele momento.

Ficarão gravados na memória como uma infinidade de pequenos filmes, como as cenas dos nossos filmes favoritos, como pra mim é a cena do beijo de Scarlett O’Hara e Rhett Butler em “E o vento levou” quando ele a abandona na fuga do cerco de Atlanta, ou ainda quando o tempo começa a fechar e as nuvens cinzas me lembram os macacos voadores em “O mágico de Oz”.

As boas lembranças terão o mesmo efeito nostálgico e serão acompanhados pelos suspiros abafados e um leve aperto no coração. Mas a vida segue, os filmes acabam e o “The end” aparece bem na nossa frente em letras garrafais como quem diz: Levanta! O filme acabou!E acabou como não queríamos que acabasse.

Mas nós deixamos o final de lado e nos apegamos às melhores cenas, de tudo que quase foi como queríamos, menos o final!Quase...


*Texto cedido pela Amiga Manauara Milli Mello


sábado, 5 de dezembro de 2009

Esclarecimentos



O leitor do blog indaga: Pra que essa frescura de poeminhas, de contemplação às mulheres? Será que elas gostam mesmo disso? Acho que elas vão rir da cara de vocês, isso sim.

Sim leitores (as), a primeira reação seria de desprezo e condenação. Mas, vamos parar um pouco pra pensar, e tentar entender um pouco o sentimento desse portador da doença venérea do abandono e do pessimismo.

De fato, a maré não tá pra peixe, as redes virtuais fizeram um verdadeiro arrastão de sentimentos e protocolos. Não se permite mais a nobre sensação do labirinto da nostalgia, ela foi substituída por falácias modernas e libertinagem.

O prazer a qualquer custo - comparável às drogas que levam da euforia à depressão crônica – tem criado nessa matrix em que vivemos, criaturas cada vez mais sem propósito e excitação de viver, fazem de cada noite, de cada mulher, uma dose rotineira de anestésico anti-carência.

O grande medidor do sentimento humano, a saber: A música, já não diz mais nada, apenas trabalha o corpo e/ou crises existenciais, e sempre numa linguagem “baixa”, de total menosprezo às maiores qualidades do humano que são o pensar e o sentir.

O leitor volta a perguntar: As mulheres tem nos enganado covardemente, seremos reféns disso?

Bom, sugiro para estas o troco devido, e para as demais um blog cada vez mais à moda antiga.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

A arte do companheirismo em encontros

Lei é lei, e vice-versa – como já afirmou o famoso jogador de futebol. Leis são feitas para que esse vuco-vuco que é a sociedade se aquiete, pelo menos, um teco. Não, este não um texto sobre os juristas, que antes de qualquer cousa, venho a cá pedir licença, afinal de contas, não se tratam de linhas integralmente precisas. Venho apenas espernear por justiça, meus caros e caras. E seguindo essa linha de ideais, devo dizer que no Regimento Interno dos Lenhadores há uma regra bem clara, que aqui vos reproduzo o caput na integra:

“É dever do cabra macho nunca abandonar seu fiel amigo. Se por acaso a dondoca do chegado estiver com uma amiga, é dever do cidadão de bem fazer o bem e interar o quarteto. A falta de solidariedade nesse tipo de oportunidade é passível de excomunhão do gênero.”


Mas olhe só, de uns tempos pra cá venho notado que a lei (como uma penca dessa, nessa terra brasilis) não tem pegado. “Que absurdo!” – devia exclamar o apresentador de programa televisivo da tarde. Lembro da experiência que tive, onde um amigo vil se negou a tal gesto de nobreza. Cabrão! Disse que havia um casamento para ir e não podia cumprir com suas obrigações. Que me desculpem os puritanos, mas a única justificativa plausível seria se a cerimônia fosse do dito cujo. E olha lá!

Uma animação coletiva dessa espécie não pode ser encarada com tamanho destrato. Sei que os mais desatentos podem pensar que larguei mão do romantismo nesta crônica. Ledo engano. Venho a cá defender a obrigação que cada homem romântico tem de ofertar o benefício da dúvida para esta mulher solitária. Vai que o infeliz encontra a donzela da sua vida? Perdeu pra deixar de ser besta, por conta de um casamento alheio. Essa sim é uma dolorosa pena.

Claro que a mujer em questão pode não ser a Annie Hall. Pode não agradar a visão, pode falar bobagem ou ter caráter duvidoso. Acontece. Não é exigido que o amigo toque pra escanteio os seus critérios mulherísticos. É a coisa do dever em troca do direito, percebes? Em casos assim é tocar a bola pra frente, amigão! Mas tenha a certeza de que agiu do modo correto...

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

O que ficou...


E então acabou. Assim como o pôr-do-sol dá lugar a escuridão. E no dia seguinte, quis abrir meus olhos, mas não, não consegui. Passou a existir apenas um eco dentro de mim. Acabou. É, isso define tudo. Como uma palavra pode mudar tanto uma vida!

A saudade nos leva a lugares em que as horas não passam, onde não se enxerga absolutamente nada, só se sente. Lembranças caem no meu rosto, mãos e pés em forma de lágrimas. Minha boca tornou-se seca, meus olhos cegos e inúteis por não conseguirem enxergar nada além dele. Isso me obriga a sentir. Essa foi a única forma de orientação que me restou. E era a que eu menos desejava. Gostaria que essa parte estivesse dormente. Porque dói e não se pode evitar. Acho que fiquei presa pelos sentimentos, pela saudade.

O tempo pode amenizar as dores que foram causadas. Pode até cicatrizar feridas e às vezes, só oculta certas marcas, fazendo com que sangrem quando menos espero. Não sei. Não sinto diferença alguma passado esses três meses. Estou presente, mas sinto a ausência da pessoa que costumava ser. Já não faz sentido algum atender telefonemas e ver quem bate em minha porta. Não é ele. Qual é a graça então? Não há explicação para as coisas do coração. Eu sei.

A saudade é dolorosa, escura...e humana.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Pêndulo


Era pra ser um dia comum. Depois de uma terrível noite insone, ele tomou um café preto, sem açúcar, amargo como a segunda-feira-pós-derrota do seu time, despediu-se do avô e embrenhou-se no trânsito desafiando o tempo e o espaço.

Chegou ao trabalho atrasado e uma pilha de demandas o esperava, milhões de vozes sussurravam agilidade e inovação. Mas, aos poucos ele viu que não se tratava de um dia qualquer. Era um dia de ventania, de umidade 99%, os cobradores não o ligaram, as demandas esvaziavam-se cada vez mais rápido, a chefe lhe sorria sem parar e perguntava-lhe números avulsos antes do jogo que estava fazendo na mega sena, a copeira lhe pediu conselhos amorosos, foi-lhe prometido o cargo de conselheiro geral com um pomposo salário.

Sim, ele estava com a boca abençoada! Tudo, simplesmente tudo que falava, acontecia. Há quem diga que esse fenômeno raríssimo acontece há cada 300 milhões de anos, e pela primeira vez aconteceu. Um profeta pós-moderno, em meio a uma repartição pública. Dias antes, um hippie havia anunciado a chegada dele, não lhe deram ouvidos, mas o sinal seria percebido por todos.

O encanto acabaria apenas quando fizesse uma profecia para sua própria vida, e não demorou muito. A mais falante da repartição indagou sobre àquela garota de quem ele tanto falava, ele disparou sem pausa: “Vamos ficar juntos!”

As impossibilidades eram enormes: a moçoila era casada, tinha um filho, vinha com o acompanhamento de uma sogra horrivelmente chata, ele gostava de samba ela de tango, ele era curintia e ela parmera.

Passa-se uma semana, e a chefe liga dos Emirados Árabes, anunciando sua desfiliação da equipe, afinal, ela havia ganhado na mega sena, a copeira também chegou para despedir-se, havia conhecido um gringo na rua e estava de partida pra zoropa.

E o nosso herói estava com sua amada, a nem tão amada assim sogra, escutando tango, catando piolho de menino alheio e dormindo na coxa verde e branca do palestra Itália. Usando Renato Russo: “Quem um dia irá dizer que existe razão nas coisas feitas pelo coração?”

Eu falo é de amor...


Foi num dia desses assim, sem muita imaginação, dias em que se perde o sono, dias de inquietação. Caneta e papel à mão, me pus a escrever, por ousadia ou intuição, essa prática me acompanha de longa data, mas agora eu precisava de algo mais, algo que tocasse o leitor, sempre exigente, e com toda razão.
Pensei em falar da dor, do tempo, da vida, afinal, questões existenciais nunca caem em desuso, seria um toque certeiro na alma do leitor. Contudo, fui surpreendida pela falta de palavras. Nem sempre é fácil nomear o inominável, aquilo que se fala com o olhar e com o tocar.
Permanece em mim a vontade de falar, recorri ao dicionário, procurei palavras bonitas, frases feitas, mas acabei retornando ao ponto onde parei. Grandes questões da humanidade! De onde viemos, para onde vamos? Ser ou não ser? Parecia eu a andar na contramão do meu querer, onde estava a inspiração?
Foi então que me dei conta do grande tema, aquele que nunca perde a majestade, que nunca se esgota, que sempre traz uma lição. Ainda que o declarem um tanto piegas ou fora de moda, o AMOR não tem tempo, não tem idade. Vaidades à parte, o amor não envelhece, está sempre à espreita, pronto pra nascer, pra brotar no coração do poeta.
O EROS toma formas diferentes, mas é sempre um jeito de amar, há um amor sempre latente, seja ele do passado, ou amor do presente. Quem nunca teve um amor? Pobre homem, melhor nem nascer. O leitor retruca, eu quero é felicidade plena! De preferência à pronta entrega. Ledo engano.
Quem poderia imaginar uma vida sem dor, sem saudade, sem ardor. Como diria o poeta “o amor é um contentamento descontente”, é um pouco disso tudo que cabe dentro do peito. Cheio de riscos e sem garantias, é preciso vivê-lo, com todas as suas promessas de infinidade e fugacidade.
É, pois, o AMOR o tema a interromper o sono dos escritores, a ocupar estantes nas bibliotecas, a reunir pessoas em confrarias virtuais como esta. É esse mesmo amor que nos preenche, nos inspira e nos questiona _ que queres tu da vida? Mais que vivê-la certamente, AMAR, AMAR, AMAR. Eis a palavra de ordem no coração dos últimos românticos.


Tratado Geral do Ciumete – Parte II: A psicologia reversa


"Todo aquele que desconfia, convida os outros a traí-lo".
Voltaire

Não sou muito da classe dos conselheiros, mas esse vai na faixa pros descendentes de Adão: não seja o ciumento marketeiro. Esses Dons Casmurros do dia-a-dia carecem da malandragem necessária quando estão cobertos com a cortina da ciumeira. E como último recurso para evitar que a querida mujer opte pelo jardim do vizinho, resolvem adotar a tática mais descabida de raciocínio: gritam a torto e a direito que o rival é um galinha, pegador e que se por ele escolher, ela será apenas mais um número nas estatísticas desse crápula.

Não é assim que se faz, hombre! No momento que você usa esse argumento debilóide, você nada mais fará do que cutucar com vara milimétrica o mais cruel dos diabinhos interiores dela: a curiosidade feminina. A amada vai ficar toda ouriçada a fim de descobrir o que esse Ricardo de grande estatura tem que provoca arrepios até nos mais discretos poros das nativas do reino das amazônias.

Para que você, caro companheiro, entenda numa linguagem universal para machos, é como se o seu time fosse jogar com o esquema consagrado pelo fracasso como o 4-4-2 fulero-trágico de Sebastião Lazaroni na Copa de 90. Desse jeito vem aquele Maradona na mulherada e créu, sem nem ao menos precisar um toque de classe pro Caniggia ou um boa noite cinderela na água do Branco!

Guarde bem guardado toda a sua taquicardia, falta de ar, excesso de salivação ou boca seca, sudorese, aperto no peito, dores físicas para si mesmo. Não venho aqui debochar do seu drama machadiano, mas é preciso aceitar que, nessas horas, a insegurança é o tendão de Aquiles do candidato à ex. Nada de bancar o Washington Olivetto ou Roberto Justus desse salafrário que pretende te dar aquela rasteira. Fique na sua, se ainda quieres ficar.

sábado, 28 de novembro de 2009

Da série: Design Romântico!


Campanha do Dia dos namorados 2007
da loja SEMPREPRESENTE
Rio Branco-Acre.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Mais uma de amor...

Ou: grandes verdades sobre o amor
Quantas vezes se pode amar numa única vida? É certo que nos apaixonamos infinitas vezes e, várias outras vezes, acreditamos fielmente amar alguém com toda nossa força. Acreditamos ainda, que esse amor durará por toda nossa existência, com a mais absoluta certeza. E assim, amamos e desamamos tão rotineiramente: as paixões surgem e desaparecem a cada dia, pessoas vem, pessoas vão, pessoas se transformam… E a cada vez que amamos, acreditamos que estar amando como nunca, e o novo amor sempre vai ser um amor diferente, um amor maior, mais verdadeiro e com todas as outras classificações tolas que um ser apaixonado inventa...

Mas, pobre daqueles que não acreditam no amor. Estes, nunca conhecerão o paraíso para qual o amor nos leva, afinal, para se amar e se entregar ao amor, é preciso, antes de tudo, acreditar, até perceber que nada, absolutamente nada, faz sentindo sem ter o amor por perto, ou sem saber onde colocar sua fonte de alegrias, força e fé. O amor existe e sempre vai existir em todos os lugares e tempos, e vai resistir, inclusive – embora com muita dor – à distancia de um oceano inteiro.

Eu não ousaria dizer o que é um amor de verdade ou, muito menos, medir intensidades. Mas eu diria que conseguir se desfazer de todas as máscaras e escudos construídos por amores e desamores antigos, perdidos e desperdiçados, já é um bom começo para um novo – realmente novo – e absoluto amor. O amor que eu falo é aquele onde é permitido crescer, errar, aprender, ensinar e desaprender junto. Se existe um paraíso neste mundo, certamente, é o colo do seu amor. Aquele amor que faz chorar simplesmente por um abraço não dado, e que faz de tudo para deixar qualquer desentendimento para a segunda-feira, afinal, o fim de semana tem que ser só de amor, nada de briguinhas na sexta, sabado ou domingo, ok?

O amor nos torna uma pessoa melhor, e saber curtir a vida é sinônimo de saber amar; saber viver é saber fazer o seu amor a pessoa mais feliz do mundo, oferecendo respeito, carinho, confiança, alegria e até declarações num blog como esse. Afinal, se este blog é mesmo a confraria dos últimos românticos, que me seja então permitido enviar (bem de longe) os parabéns ao meu amor, e agradecer pelos dois anos de muito aprendizado sobre vida, mundo, estrelas, doces, música, cinema, poesia, cores... e sobre tantas outras maravilhas que o universo tem a nos oferecer, maravilhas estas, que se tornam mais radiantes quando compartilhadas com um parceiro de verdade. Amor, parabéns por estes dois anos!


Do que não vivi


Nunca será hoje, amanhã talvez quem sabe

Nunca será verso, poema, canção, mensagem

Nunca será vago, magia, torpor, miragem

Nunca revela o dia, o sonho, paisagem invade

Que de nunca se fez tão longe

Me perder em pensamentos

E ainda que sem coragem

Trazer-te um pouco pra perto

Já que nunca será tarde

Invade amor covarde.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Dicionário da mulher – Verbete: Coragem feminina

Mulher, mulher
Na escola em que você foi ensinada
Jamais tirei um dez
Sou forte mas não chego aos seus pés
Erasmo Carlos

Assim como meus colegas de espaço, Regis e Ulisses, venho a cá neste blog rascunhar preciosas linhas com quem realmente merece: as mulheres. Através da croniqueta de hoje, pretendo outra vez fazer o papel de pôr alguns pingos nos “i”s neste embate da guerra dos sexos. E escrevo me dirigindo principalmente para os barbixas que volta e meia estão de passagem pela Confraria dos Últimos Românticos – o lugar onde é sabido que mulher é tratada como dever ser: com reverência.

Entre aqueles que sabem pelo menos uma migalha da vida, é consenso que não por acaso “coragem” é um substantivo que bate o pé e faz questão de ser feminino. Assumindo a veracidade dessa máxima, caro colega de macheza, você nada mais faz do que reconhecer uma das verdades mais indiscutíveis.

Fico com uma puta vergonha quando me vem um filisteu citando o causo do livro de Gênesis, onde Adão cedeu uma costela para que Deus criasse Eva com tom de cobrança. Amigo, deixe de bestagem! Para tal benfeitoria, o primeiro hombre praticamente não pagou necas de pitibiriba. Uma pechincha divina. Não use mais esse argumento, por favor.

No ramo da lei da natureza, o ato de entregar seu corpo em prol da vida durante nove meses, para no final o novo ser ainda chegar carregando uma dor dos infernos. Não sei vocês, que se dizem os senhores da resistência, mas parir é algo celestial. Quero valer como nenhum fisiculturista, daquele afeito a levantar ferros e passar óleo no quengo, se agüentaria esse repuxo. Isso sem contar que mãe e mãe, e não se fala mais nisso.

Quando o assunto é amor, aí sim é que pegamos um baile. Pode até pairar pelos pensamentos algo como “me apaixonei, tô fudida!”, mas nem por isso ela se priva da entrega no relacionamento. Já nós, varões, trocamos os pés pelas mãos e fazemos dos momentos mais sublimes algo sacana, covarde, imbecil.

Se formos comprometidos, mentimos. Só depois dela se entregar sem freios é que contamos sobre a existência de uma mulher que cuida de nossos filhos enquanto nos espera. Temos medo, mas isso não nos absorve da acusação de canalhismo.

Lembro de um caso bobo, mas que prova por a mais b o que tenho dito. Certa vez, estava como toda quarta-feira no Bar do Papagaio acompanhando algum duelo futebolístico. Eis que, naquele reduto de macheza, uma mulher, cheia de si passou. Como era de se esperar, alguns bastardos inglórios (créditos ao Tarantino) assoviavam como se aquilo fosse postura correta. Ela nem ligou. Passou, deu o beijo no seu namorado e voltou. Entretanto, já perdi as contas dos homens que já vi amarelarem para qualquer reunião de chá de alguma coisa. Não por tédio, mas medo mesmo.

É por isso que saúdo a coragem feminina. Freud falava da inveja do pênis. O que poucos sabem e o pai da psicanálise não admitia é que podia até ter um falo, mas nunca teria tamanha coragem.

Um apelo à Hollywood


Um ano se passou e muitos foram os desencontros, mas durante esse tempo algo parecia não estagnar. Ele chegou atrasado, inquieto, sem frases prontas e parecia inseguro, como se tivesse 12 anos ao encontro do primeiro amor. Ela estava exuberante, com um sorriso arrebatador de grandes lotes desse latifúndio amoroso.

Esperaram pacientemente à fila quilométrica, riram das peças que à vida os pregara, falaram dos filmes por assistir, do dia quente que migrava para a noite, das interpretações alheias (com o alheio ao lado). Por fim, sentaram na terceira fila do pequeno cinema d’Ávila.

O tempo havia levado a sincronia de intenções e já não se sabia o motivo do encontro, mas àquela altura isso não importava. Estavam juntos, de mãos dadas e sem clareza alguma do futuro.

As luzes se apagam, as cenas começam, uma explosão de informações, sons e imagens especiais fixam os olhares de todos na grande tela. O filme rouba a cena do casal desconhecido, a pipoca e o refrigerante são deixados de lado e os assuntos pendentes são engolidos pela enorme cratera do receio.

Receio esse, que tem cura. Sugerimos a Hollywood que ao invés do fracasso da classificação indicativa, adote imediatamente a Classificação de Intenções nos seus clássicos da sétima arte.

Classificações como: IPAC – Indicado para os Amantes do Cinema ou IPA – Indicado para Amigos, e claro, o IPE – Indicado para Primeiro Encontro, esse em especial deve colecionar aqueles filmes que após uma cena de cortar o coração (geralmente comédia romântica), usam uma tela escura, com uma pausa musical de uns 5 segundos, criando o ambiente ideal para aquele beijo primogênito. Temos absoluta certeza que Hollywood adotará à medida, afinal de contas, o que seria do cinema sem os amantes?

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Olhar

Sempre fui fascinado por olhos, principalmente os de cores sortidas (verdes, azuis, cinzas, castanhos claros, “engateados”, etc). Sobre isso faço uma confissão: Quando criança fiz uma simpatia que me dava direito a três desejos e um deles era mudar a cor dos olhos, bem, nessa época provavelmente eu não entendia bem os meus desejos e desperdicei os três pedidos de direito.

O tempo passou (e como passou) e continuo com estes modestos olhos castanhos escuros, rodeados por cílios compridos e portadores da visão de alguns pôres do Sol. As perspectivas também mudaram com a ajuda do tempo, e considero que este elemento da vida pode nos ajudar a entender que mais importante que a cor dos olhos é o olhar.

São os olhares que atravessam as almas, “transmitem” pensamentos, falam mais do que horas de prosa, unem pessoas, trazem luz a sentimentos, expressam desejos e se eu fosse mesmo um bom escriba arriscaria enumerar e quem sabe até catalogar algumas espécies de olhares.

Há especialmente um tipo, que não sei se sei fazer ou mesmo se o faço, se faço, o faço sem querer, mas sei que sei reconhecer gostaria de lhe dar uma denominação a altura. É aquele acompanhado de um meio sorriso sincero, onde as palavras desejadas e desejantes são pronunciadas mais com os olhos do que com os lábios. Disso, queria nomear o olhar, porque o afeto já aprendi.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Cangaceiro do Amor

Tal qual roedor de laboratório descobre como agir para se agraciar com comidas e escapar das descargas elétricas, muitos espécimes do gênero masculino aprenderam na marra os inglórios e desfortúnios que se passam no processo de graduação em relacionamentos afetivos no decorrer da vida. Somos ingênuos e crentes naqueles sorrisos moleques e despretensiosos (pelo menos, por fora) das moçoilas airosas cúmplices de nossos primitivos esfrega-esfregas. Normalmente, são mais experientes que nós e isso dá uma considerável vantagem no lide com a arte de Afrodite. E cá estamos, pobres bezerros desmamados esfomeados por um teco de atenção ou de um “Você é o homem que sempre procurei!”.

E aí vem o primeiro inferno de Dante do coração juvenil: ela apenas brincava con usted. Muitas vezes, o desagregamento se dá com a pior das formas, com a nossa Julieta se arretando pra algum João, Alberto, Robson ou Chico da oficina, na frente de nós, seu Romeu. A culpa não é total dela. Pelo contrário, que culpa tem se provocou tal sentimento no jovem rapaz? Não, não... Em casos assim, como diz o árbitro, a regra é clara: o crime é sem bandida. Mas nem por isso, as conseqüências deixam de ser irreversíveis.

Nasce aí o ser mais indesejável pelas mulheres, não só deste mundo, mas crê este humilde escritor, do Universo (sim, porque algo bom como um rabo de saia não deve ser exclusividade de um planetinha pequenino com a Terra). Surge a figura do “Cangaceiro do Amor”. “Whatta hell is it?!”, questiona ao mesmo tempo em que exclama embasbacada a senhora inglesa sentada na 4ª cadeira, 8ª fila. Eu explico, minha dama.

Aquele rapazote franzino e de pensamentos puros, como num encanto de bruxa, torna-se o Don Juan da cafajestice. Para ele, mais considerável que o amor para toda vida são as estatísticas de arretos com as mais variadas donzelas, sem dar-se ao luxo de se entregar do vera. Carícias e intimidades com mulheres vêm sem ao menos a informação básica como o nome da companheira. Este cangaceiro do amor sai pelas terras secas dos sentimentos saqueando esperanças e entregas de benévolas moças. É o samba do crioulo doido afim de coisar!

Canalha, Galinha, Mau-Caráter, Duas Caras, Hipócrita e por aí vai de insultos, agora nomeiam os podres diabos que, antes da metamorfose e de saírem de sua crisálida, eram sujeitos cheio das boas intenções. É comum que as mulheres vejam esta figura joguem pedras como se fossem Marias Madalenas do século XXI, mesmo com o intrínseco desejo de mudar a natureza deste fariseu. Eu te arrenego, injustiça!

Não quero aqui rogar pelos pecados deles. As lágrimas de qualquer donzela em sofrimento, só superada com horas de películas românticas e quilos de chocolates, condenam qualquer cabra que se diz macho, não fazendo jus ao perdão presidencial. Venho a cá, apenas explicar como se dá o seu processo de maturação. Afinal de contas, neste cangaço dos encontros e desencontros amorosos o que vale é a antiga lei da selva onde o mais forte sobrevive. Ou não?

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Friends!


Nada mais romântico e raro do que a amizade entre homem e mulher. Há quem afirme que isso não existe e que tudo não passa de mero interesse, sejam eles quais forem. Nós acreditamos. Temos algumas, inclusive, que são uma espécie de oráculo nas nossas vidas. Elas sempre acertam nossas indagações sobre o futuro, o que de certa maneira nos constrange, pois erramos sempre.

As amigas que bebem têm um Q de especial, pra começar elas possuem um antídoto anti-bafo-de-cerveja que a NASA estuda nesse momento, e nos atura com toda a classe possível quando tentamos confundi-las com metáforas futebolísticas, ou falamos de maneira inadequada para menores de 18 anos. É o que chamam de “papo de homem” e elas tiram de letra.

As amigas CDF são capazes de descrever suas ultimas dez parciais de nota da faculdade, organizar suas apostilas em ordem alfabética e ainda ligarem avisando do seu compromisso com o grupo, claro, sempre cobrando o “alto” custo da coca-cola gelada.
As amigas desbocadas são um caso à parte. Elas batem sucessivos recordes de PPS (palavrão por segundo), e nos tratam com a delicadeza de um general da elite do exército espartano, só mesmo a amizade para nos fazer conhecer o seu verdadeiro coração de manteiga.

Bom, mas como um romance não nasce de inimigos, há sempre o espaço para a amizade colorida, que nada mais é do que uma sacudida do cupido mais safado. A pintura Suvinil acontece por acaso, às vezes numa leitura de blog como esse, ou num ombro dado àquela fossa interminável. É justamente essa amizade a responsável pelo dito: “não existe amizade entre homem e mulher”. Uma bobagem.

Haikai do homem infiel

Mujer, usted puedes hacer tudo
mas um pedido eu te faço
Na nuca: marcas, nunca!

terça-feira, 17 de novembro de 2009

In Finito

In Finito
-
Tinham a voz embargada
Um choro contido talvez
Era o último olhar que trocariam
No nada
Era a última vez.
-
As mãos se encontraram sobre a mesa
Disfarces
Separações
Mãos na defesa.
-
Gelaram.
-
Como dizer adeus
Esse era o ponto
O real motivo
Do encontro.
Sob os céus
Taciturnos
Os habitantes
Noturnos
Passavam
E o silêncio
Era denso
E a lágrima
Inevitável.
-
Suores
Tremura
Último olhar
De candura
Era pra ser
Eterno
Ela de verde
Ele de terno
Última sensação
De paz
Completos
Por pouco tempo
A mais.
-
O sino da igreja
Badalou.
Era tarde demais
Era a hora do show
Que não permite
Que não espera
Que não se compadece
O tempo - fera
Que devora a tudo
Que não lhe obedece.
-
Apenas os olhos falavam
E quantas palavras
Cheias de dor
Proferiam
Nada mais
A dizer
As mãos se tocaram pela última vez
Os olhos se fitaram
No derradeiro segundo
E um singelo ósculo
Não mais que isso
Um leve toque de lábios
Que não permite
Participação alguma
Além da sensação
De finito
Definitivo
Na lembrança eterna
E terna
Um gosto que não poderá
Ser desfeito
Nem o tempo irá desmanchar
Esteja onde estiver
Em qualquer lugar
Sempre um sino irá
Badalar
Trazendo à memória
Aquele momento
Aquela história
Ainda presente.
-
Foi a última vez que os meus olhos o alcançaram
Totalmente.
-
Thaís Carvalho

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

O deixar

Estava a quase 100 km/h, era uma noite extremamente gostosa, fria. Tentava não fechar os olhos com vento que batia no meu rosto ao colocar a cabeça rapidamente para fora do carro. A música estava alta, o som abraçava cada pedacinho daquele automóvel e caminhava pela minha mente despertando sentimentos adormecidos.


Minha vontade era ir para um lugar longe, distante de tudo, queria ficar sozinho ouvindo aquela musica triste. Estava deprimido, queria pegar aquele carro e voar para longe das minhas lembranças, fugir de mim mesmo.


Queria contemplar aquela escuridão infinita da noite e esquecer as tempestades que varreram todos os alicerces da minha emoção. Aquela rua era asfaltada de lembranças que brincavam em cada curva comigo.


Parei em lugar nenhum, senti as gotas caçoarem em seu pequeno trajeto rumo ao chão. Aquela chuva era diferente, ela não regava, não produzia vida, ao contrário, estava esvaziando uma grande parcela dela. Os soluços tornaram grandes trovões que ecoavam no vazio em meu peito.


Provei o gosto amargo de cada migalha contida no âmago das minhas lembranças, mastiguei e cuspi fora tudo aquilo que me fazia querer desistir, era ladrões ensinados por mim mesmo a apanhar a minha alegria.


Lembrei que quando estou fraco então sou forte, pois a fraqueza desperta diante da humilhação pessoal e espiritual a regeneração. Olhei para todos aqueles fantasmas que a pouco possuíam meu corpo e absorvi a primeira remessa de vida nova. Não importava agora se eu estava em lugar nenhum, a estrada que me levou até ali, agora nunca mais seria usada.