terça-feira, 19 de janeiro de 2010

O Amor me Incomoda*

Eu sou uma letra da Carla Bruni. Pelo menos, é isso que sinto cada vez que a vejo entoar as mais belas notas musicais que me apertam o peito e me fazem exclamar “Porra! Isso foi feito para mim”. Mas não era sobre isso que eu ia falar. Ou até era, mas não dessa forma. A questão é que eu sou uma música especifica, chamada L’amour, ou O Amor. Mas não pense, caro leitor, que você encontrará nesta letra as mais bela entonação de enamorados, falando de todas as maravilhas e belezas deste sentimento, pois não é disso que se trata. É exatamente o oposto. Trata-se da obscuridade deste sentimento. Não é sobre como ele acontece perfeitamente, mas de como ele não encaixa. Onde o “Para Sempre” não foi feito para durar todo esse tempo, porque se não, qual seria a graça de amar? Desculpem-me os mais conservadores, mas está não é minha forma de amar. Eu amo o momento, as pequenas coisas, os poucos feitos. Eu amo vários, de diversas formas. Sempre diferente. Sempre igual. Todo verdadeiros, porém, com prazo de validade. Porque na verdade, eu não fui feita para flores, estou mais para... hum... Frango desfiado. O meu amor não se passa em praias, castelos ou com príncipes encantados. Ele está mais num domingo chuvoso, lendo livros, com aquele gostoso silêncio cúmplice. Para mim o amor não está nas coisas que temos em comum, mas exatamente naquelas que não se encaixam. O amor “não me cai perfeitamente”, ele me desconforta e me inquieta. Deixa-me com aquele aperto chato no peito, aquela dor aguda no estômago. Machuca-me e cansa-me. O amor me cansa. De chorar sozinha no escuro. Cansa-me de eu pedir para não mais amar, e depois sentir falta do sentimento e começar a procurar de novo. O amor, para mim, não é amor sem isso. É acabavel, mas nem por isso deixa de ser mais importante, porque, veja bem leitor, eu não meço o amor pelo seu tempo de duração, mas pela a intensidade de sentimentos que ele me fez sentir. Porque o amor, ah, o amor, ele engloba tantos outros sentimentos. A felicidade, a dor, a loucura, a saudade, a tristeza, as angustias, a euforia, o medo. E veja bem, eu sou uma garota que ama. Amo os momentos, os fugazes, os tempos em tempos. É isso, o amor, para mim, não é este amor antigo, escrito em livros, mostrado em filmes, onde no final, vivem-se felizes para sempre. Meu amor é de sangue. É “o gosto estranho e suave da pele dos meus amantes.” Eu prefiro este amor, àquele antigo. Eu prefiro muito mais o amor de Carla Bruni, porque o amor, ah, o amor... Este eu não quero. Ele não me serve. Mas eu gosto é do incomodo.

Este texto é da romântica Veriana Ribeiro. Ela avisa que o texto foi inspirado na música de Carla Bruni que você pode ler a letra clicando neste link aqui.

2 comentários:

  1. É isso ai Veriana "Bruni"! Achei esse texto bem... digamos... "DiogoMainardiano". hehe
    ah! foi um elogio.. eu gosto dos textos daquele cara, apesar dele preferir os "cavalos do Evo" ao Acre (vai ver ele ainda nao nos conhece ne?) rsrs. Ja ta na hora de integrar esta confraria. ;)

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  2. Essa mujer tá escrevendo muito. Não é à toa que é a nossa mais nova contratada. hahaha... Bem-vinda, Veri.

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