terça-feira, 29 de junho de 2010

A beleza que só eu vejo


Você é um lírio do campo
Não precisa de vestes
Adereços, maquiagens
Ou qualquer esforço
Porque foi feita bela

Contemplar-te
É agradecer
Por tão profunda beleza
Formosura que se estende
Além dos que os olhos
Podem ver

De todas as ervas do campo
A sua dança é a única
Que balança o coração
De um simples qualquer
A passar

Tua simplicidade
Encanta e reluz
Desnorteia e produz
Sentimentos fidedignos

Você é um lírio do campo
E todos os seres vivos
A sua volta
São meros expectadores
Encantados com profunda beleza

A água e a terra
Alimentam-se da tua graça
Expandindo alegria
Florescendo
Tudo a sua volta

O sol fica grato
De poder iluminar-te
E chora sempre
Que tem que partir
Corando o horizonte

O vento sopra
Carinhosamente
Esperando mais uma vez
A mais bela dança
Da mais bela flor

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Homenagem de cumpleaños a el muchacho de la Confraria Helder Junior

O Helder fica de muito bom humor quando está de pileque; tem opinião inconstantemente formada sobre tudo; é o cafajeste-pseudo-romântico-assumido da Confraria; que há dois anos me promete enviar a monografia para correção, que adora um abraço, que não curte emprego público, que não perde a oportunidade de dar uma cantada, que é São Paulino, que detesta meus namoradinhos. O Helder também não toca Raul e ainda tem aquele problema...

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Escolha













Um poema antigo com um assunto atual...

Ter no peito uma dor que é a cura
Ou uma calma que parece com tormenta
Possuir o sentimento que o poeta mais procura
Ou a paz do desamor, daquele que não tenta.
Basear o dia-a-dia na esperança de um encontro
Que talvez nem aconteça, mas com o qual sempre se sonha
Ou simplesmente viver, sem nenhum confronto
Não ter dor de cabeça, nem ciúme, nem vergonha.

Estar atado a uma pessoa que nem sempre se envolve
Ou desfrutar a liberdade de um peito sem amor
Querer uma emoção que a tudo absolve
Ou preferir o desapego, seja a que preço for
Ficar contente com um simples cruzar de olhares
Ou viver cada dia à espera de aventura
Acreditar que existam realmente almas pares
Ou crer que é em vão toda essa procura.

Sofrer, amar, sentir, querer, atar
Estar alegre por ser mero sonhador
Ou não querer o abrigo de um olhar
Ou não querer o martírio de um amor
Qual será a escolha mais correta
Ter no peito tanto amor cheio de brio
Ou um coração vazio de poeta?
Ou um coração de poeta vazio?


Thaís Carvalho

sábado, 19 de junho de 2010

Nota de pesar pela morte do Amor

Expressamos todo o nosso pesar pela morte do sentimento que nos unia em pensamento até então: o amor. Esse inestimável senhor dos corações nos fez companhia por longos invernos amazônicos, promoveu festas inesquecíveis com apenas sorrisos e boa vontade, fez do tímido um tagarela, do playboy um alterna style, conseguiu suprimir todas as dúvidas do universo: do criacionismo a Darwin.

Esse senhor foi capaz de brigar com o mais forte orgulho humano, transformou vidas medíocres, na mais pura representação utópica de felicidade, fez de Hollywood seu parque de diversões e teve verdadeiros guerreiros na luta pela segurança do seu reino.

Mas a morte é implacável! Cruel que só ela... Com sua foice carregada de ganância e estupidez, montou diabolicamente sua estratégia contra seu principal inimigo, foi morte covarde, um tiro pelas costas, hoje ela tripudia sobre os mestres que um dia disseram: o amor é eterno.

Com a sua morte ficaremos a mercê de superficialidades, dependentes de todos os tipos de drogas e seus traficantes, passaremos a viver em um mundo sombrio, sem graça e muito puto da vida. Nosso pesar é imenso, não só por esse senhor, mas principalmente por tudo o que a vida representa.

sábado, 12 de junho de 2010

Sempre Passa



Certa vez você me perguntou o que haviam feito comigo para eu ser tão desajustada. Sinceramente, meu querido, eu não sei. Tive uma boa vida, com pais que me amavam e me apoiavam. Não tenho grades traumas. Nem sempre as coisas saem como eu espero, mas isso é a vida, não é? Um amontoado de planos que dão errado. Mas eu tive uma vida particularmente boa, calma, sossegada, com bons amigos. Então você me pergunta por que eu sempre empurro as pessoas para longe. Por que me afasto a qualquer sinal de intimidade, e não estamos falando aqui sobre o sentido carnal da coisa, mas o sentimental mesmo. E eu não sei o que lhe responder. Depois de tanto tempo, ainda estou procurando as respostas para essas perguntas que só poderiam vir de alguém como você, que me conhece a vida toda, e sabe bem onde ficam minhas feridas, talvez até mais do que eu mesma. A verdade é que, quando eu estou gostando muito de alguém, eu simplesmente ignoro. Fico calada, fumo um cigarro, peço um drink (como diria Caio Fernando Abreu) e espero passar.


Foto por Sarah Hermans

sábado, 5 de junho de 2010

Isso é tudo










Me perdoa se parece pouco
Mas é tudo que te posso oferecer
Já perdi tempo, energia e coragem
E me sobrou só essa imagem
De sofrer.
Parece triste, também sei
Mas é verdade
Sem maquiagem
O que me resta é ainda ser
Uma mistura de tudo que passei
Que aprendi, ou simplesmente
Que sonhei.
Se o brilho partiu
Com a primeira lágrima caída
Ou desbotou
Junto com a alma já partida
Se o coração já desconfia da paixão
Pouco me importa, aprendi não prometer
Mais do que posso nem crer
Ou criar uma ilusão
Só te ofereço o que sei
Que ainda é meu
Pode ser pouco mas eu sei
Que ainda existe
Se o que sobrou do que eu fui pode ser seu
Já não parece assim tão triste
Eu oferto a você
Que seja pouco, pareça nada
Mas é tudo que te posso oferecer.


Thaís Carvalho

terça-feira, 1 de junho de 2010

A Arma

Macharada que lê o blog, a rasgação de seda com as mulheres não pode parar, afinal, pra quê esperar o oito de março pra falar detalhadamente da sua importância nas nossas vidas?


É isso aí, falarei aos cabra-da-peste que bebem da leitura deste blog, àqueles que notam nas mulheres além da beleza, o talento e a inteligência. Agora cá entre nós, fora beleza, talento e inteligência, a arma mortal de uma mulher, o alcatraz de nossos corações chama-se: carinho.


Nossas mulheres têm a capacidade inquestionável de transformar um abraço num tratamento intensivo anti-stress, fazem de uma palavra o conforto de um dia difícil, do seu colo o leito da alma, é arma pesada que nem beleza, inteligência ou talento é capaz de suprimir.


Pobres das almas femininas que criadas em cativeiro, perderam essa arma fundamental pra sobrevivência na selva amorosa, a natureza é sempre implacável e voraz. Pobres de nós que muitas vezes sub-valorizamos a voz melosa, a mensagem na hora inesperada, ou ainda a ligação de madrugada. Precisamos dar o braço a torcer, quando elas querem, são sempre mais criativas.


É! em pensar que um dia, no auge da nossa arrogância, denominávamos esse ser superior de sexo frágil.Que idiotice.