segunda-feira, 29 de agosto de 2011

A música e o amor


A música começa dentro

Depois salta como uma expressão

Transformando o corpo em instrumento


A música é uma atitude

Que transborda em sentimentos

Diariamente provado pelo corpo


O AMOR não é tão diferente

Ele começa com uma atitude

Que resulta em sentimentos


O AMOR é sempre grátis

Assim como a música


O AMOR tudo supera

A música nunca acaba


O AMOR é o tempero

A música o delicioso prato


Quem não tem música

Morreu para o AMOR


E quem não tem AMOR

Jamais fará da VIDA

Uma canção para VOCÊ

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Segredo






Não me leve a mal

O amor tem pressa

De ser feliz

Mas pra mim

Não é assim

Como se diz

Tenho medo

Não me leve a mal

Nem me deixe

Com este segredo

Guardado aqui

Meu coração silenciou-se

Mas ainda bate

Em disparate

Por ti.


Thaís Carvalho

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

A paixão da mulher “moderna”*


Ele destrói suavemente toda essa cara de blasé, de “tô nem aí pra você”. Os olhos ficam moles, o sorriso mais fácil ainda. Dá uma vontade de se ajeitar, quem sabe passar um pó compacto. Uma vaidade misturada com insegurança. Boba, fala um monte de asneira. Fica envergonhada depois. Mas aí já era. E o pior é que ele ri, como se enxergasse algum tipo de beleza nisso. Essa coisa de paixão acaba com a mulher moderna. A palavra-voz vindo de uma mulher moderna apaixonada às vezes é desastrosa. Em vez de trabalhar, ler um livro de filosofia, a mulher moderna apaixonada se iguala a uma adolescente, perdendo seu precioso tempo lembrando-se dele, sonhando, suspirando de saudade. A mulher moderna apaixonada fica mais de 30 minutos tentando escrever um e-mail bonito, que faça com ele ache ela ainda mais interessante. A mulher moderna apaixonada compartilha com ele algumas de suas secretas inseguranças. A mulher moderna apaixonada responde os torpedos dele com poesia, poesia que ela tenta fazer. E o pior, a mais condenável das atitudes, a verdadeira derrota da mulher moderna sob o efeito da paixão: ela começa a ler sobre o campeonato brasileiro e até cogita a possibilidade de torcer pro time dele.

*Texto da amiga e fotógrafa Talita Oliveira.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Sentir...


Na soma de todas as letras, concluo desiludida
Cansei das palavras!
Elas que pareciam tão companheiras minhas
No fim das contas
Mentiam nas entrelinhas
Sim,
Palavras mentem, enganam
Dissimulam
Palavras brincam, criam mal-entendidos
Encabulam.
Elas têm o poder de curar,
mas que força possuem para fazer sangrar!
Não as quero pra mim. Antes, decidida, prefiro olhares.
Quão lindos são os olhos em que se vê
Sentimento
Que refletem o que sentem, sem nenhum armamento.
Quero esses olhos!
Quero abraços sinceros, quentes, confiantes...
Quero abraços que não fujam, não enlacem sem apertar
E que não apertem pra sufocar. Mas, se o sufoco for bom
Que mal há?
Quero olhares, abraços!
Atitudes decisivas.
Pois a maior declaração de amor é não declarar.
É demonstrar. São essas provas vivas, são gestos
Que palavra nenhuma pode registrar.
Os sentimentos mais puros e honestos
São o que não são preciso falar, ou definir.
Basta somente uma coisa:
Sentir...



Thaís Carvalho


terça-feira, 9 de agosto de 2011

Dicionário da Mulher – Verbete: O clima

Ou só “Clima

Se faz calor, ótimo! Agora sim temos a desculpa tropical para atitudes calientes e nudez abençoada, amém. Não façamos cerimônia, meu chamego: essa roupa só é obrigatória no ciclo social, mas agora é supérflua. “Tira! Tira! Tudo que é bonito é pra se mostrar”, explica a letra de um desses axés baratos que caracterizam a perdida década de 90.

- Tô sedenta por um banho!, avisa a bandida. Digo sem medo de errar, tal constatação está entre as melhores posições do ranking de frases feitas para a higiene, mas de cunho pornô-erótico. Bate a vontade de usted e cá estou com a esponja a postos para dar um grau nas tuas costas, tua nuca, tuas coxas, tuas vergonhas e sem-vergonhas. (Momento para mandar um agradecimento especial para o gênio por trás da criação mítica: a banheira)

Que tempo maluco, já começa a ventar deveras forte. Caem as folhas, mas o clima de filme francês sobe. Amigo desta confraria, incorpore o espírito de Serge Gainsbourg nessa hora e parta para o arremate. Vento esperto. Brisa gaiata. Brinca com os cabelos. Vem na velocidade exata para erguer a saia da desejada. Quando dá fé, lá está adaptação não-autorizada da eterna cena clássica protagonizada por Marilyn Monroe. Venta mais, venta!

Curiosas, nesse instante se achegam as nuvens. Escandalosas, não fazem questão do direito de ficarem caladas. Partem pra gritaria trovejante. Brrrruuummmm!!! “É chuva!”, grita o senhor da banca de jornal. Tempestade das boas para se molhar, e como outrora disse por essas bandas, a água cai e faz da roupa o molde do corpo da mujer. Uma aguinha não faz mal, amor. Chove aí que é gostoso.

Aí esfria tudo. Atire a primeira pedra aquele que não desferiu para a dama a célebre proposta: “Esse friozin exige um bom vinho...”. Ou melhor, se nunca o fez, largue as pedras e atire-se nesse delírio. Assistir entrançado a um filme, después partir para a histórica posição de conchinha, jogar umas conversas fiadas audíveis apenas em pequenas distâncias, começar umas sacanagens. Clássico dos clássicos na "sessão friagem" por baixo de edredons.

Este cronista é sempre a favor das mudanças do tempo. Viva à alternância de poder climática! Sendo assim, não é forçoso nem olhar no jornal para saber qual clima está rolando ou que está rolando um clima. Concorda?