terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Uma vez mais*

Nutridos no mistério, levados pelo instinto, encontram o desejo mais aguçado, desinibido.
Nas verves rápidas desse instante, solto... leve. Os músculos ecoam pedidos incessantes, é o grito da fome, da sede.
Nessa sina de ser um estranho ímpar, o toque é a mais voraz necessidade, é preciso estar lado a lado, colados, pares.
Sentem a brisa ao vento, cavalgam nas emoções, em palavras soltas, rabiscadas no lençol de seda vermelha. Mas fome, mais sede.
Nesse instinto caçador, são minhocas enroscadas nas raízes do desejo.
Dessa poesia ao verso, a sublevação, à subversão, a conspiração.
Dessa lira à cólera insaciável, se confundem cantos numa ternura gritante.
Nessas paredes sem rasuras ou fissuras, por entre os espinhos, com apenas uma certeza: a de sentir a felicidade em existirem, uma vez mais.

*Este é o primeiro texto (de muitos, espero) da amiga e excelente jornalista, Andréa Zílio, para a Confraria. Mais uma romântica que escreve como poucos...

2 comentários:

  1. Nada como uma profissional.
    excelente!
    Gracias Andréa Zílio
    =)

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  2. Um poema nunca se esconde, mesmo que se disfarce de prosa!
    Lindo!

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