segunda-feira, 31 de maio de 2010

O Reencontro*


Confesso que temi, em certo grau, esse reencontro. Não mais do que ansiei, é verdade. Medo da mudança. Das coisas que poderiam ter deixado de existir. Medo da boca não ser mais tão macia, como na minha lembrança. Do encaixe não ser realmente tão perfeito. Da fantasia ter superado a realidade e criado algo que nunca existiu.

Pois bem, medo infundado. Tudo continua como antes. As mãos, com aquela textura que nunca vi igual em outra mão. A boca, que me leva à loucura onde quer que toque. Que beije. E o cheiro.. o cheiro, mais do que tudo, tem me embriagado desde que voltou. Ele sobe pelo meu nariz e envolve, me chamando, me prendendo. Me dizendo: vem ser minha. Quando tudo que eu consigo pensar é, "eu já sou". O que com qualquer outro se torna banal, contigo é quase sagrado. Minutos preciosos, insubstituíveis. Até o gozo se torna secundário, se é pra você que eu posso sorrir quando tudo acaba.

Tudo continua o mesmo. O sorriso maroto. A risada engraçada. O abraço apertado. E principalmente, a inatingibilidade do teu 'eu'. Tudo lá, exatamente como eu deixei um ano e meio atrás. Nada mudou, até mesmo o fato de você me querer apenas por algumas horas e nada mais.

* O excelente romance ( 2009) é de Jéssica Ramos, a blogueira do: Inconstante.

3 comentários:

  1. Lindo e triste. Já diria o poeta: "e todo grande amor só é bem grande se for triste"...
    (pelo menos na literatura)
    Belo texto, Jéssica. Parabéns.

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  2. Bem Vinda Jéssica... Q belo cartão de visita hein. hehe Parabéns! =)

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  3. A dor sempre parece mais bonita quando passada pro 'papel'. Felizmente essa história teve um final feliz. Ou melhor, não teve final. ;)

    E obrigada pelas boas vindas, Ulisses. Como eu disse antes, é uma honra estar aqui, entre os grandes. =D
    Espero que os leitores da Confrur tenham gostado. Beijão.

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