terça-feira, 17 de novembro de 2009

In Finito

In Finito
-
Tinham a voz embargada
Um choro contido talvez
Era o último olhar que trocariam
No nada
Era a última vez.
-
As mãos se encontraram sobre a mesa
Disfarces
Separações
Mãos na defesa.
-
Gelaram.
-
Como dizer adeus
Esse era o ponto
O real motivo
Do encontro.
Sob os céus
Taciturnos
Os habitantes
Noturnos
Passavam
E o silêncio
Era denso
E a lágrima
Inevitável.
-
Suores
Tremura
Último olhar
De candura
Era pra ser
Eterno
Ela de verde
Ele de terno
Última sensação
De paz
Completos
Por pouco tempo
A mais.
-
O sino da igreja
Badalou.
Era tarde demais
Era a hora do show
Que não permite
Que não espera
Que não se compadece
O tempo - fera
Que devora a tudo
Que não lhe obedece.
-
Apenas os olhos falavam
E quantas palavras
Cheias de dor
Proferiam
Nada mais
A dizer
As mãos se tocaram pela última vez
Os olhos se fitaram
No derradeiro segundo
E um singelo ósculo
Não mais que isso
Um leve toque de lábios
Que não permite
Participação alguma
Além da sensação
De finito
Definitivo
Na lembrança eterna
E terna
Um gosto que não poderá
Ser desfeito
Nem o tempo irá desmanchar
Esteja onde estiver
Em qualquer lugar
Sempre um sino irá
Badalar
Trazendo à memória
Aquele momento
Aquela história
Ainda presente.
-
Foi a última vez que os meus olhos o alcançaram
Totalmente.
-
Thaís Carvalho

4 comentários:

  1. doido..doido..doido..!!
    como é dificil ler bons poemas..
    parabéns! \0/ ;)

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  2. Nossa! Eu não sou fã de poesias, admito. Mas esse ficou excelente! Já vivi cena semelhante e relembrei. Fora que você me conquistou com o jogo de palavras como "De finito/Definitivo/Na lembrança eterna/E terna". Obrigado pela poesia.

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  3. obrigada pessoal, =D
    espero q continuem gostando dos próximos q vou postar...

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