terça-feira, 19 de outubro de 2010

Dimytria II


 Dimytria sentia sua garganta dolorida. Mas não era dos gritos que conseguia externar e sim daqueles internos que outrora prendera para não machucá-lo. Talvez a culpa dessa situação fosse sua pois, quando deveria falar, calou-se. Havia uma possibilidade do que poderia ter dito, tivesse mudado algo.

 Engolia a seco. Prendia suas lágrimas distanciando pensamentos sobre ele. Concentrava-se na sua respiração para não desabar prematuramente. Sabia que a partir de hoje sua vida seria diferente com ou sem ele.

 E quem vai entender o amor? Pode ser que nem exista. Pensava. Agora deitada em seu sofá, sua cabeça cuidadosamente encaixada na almofada. Lágrimas desciam lentamente de seus olhos. Era impossível evitá-las - percebeu.

 Adormeceu ...sem respostas

5 comentários:

  1. Capturando a essência em apenas uma madrugada.
    Não se subestime, sim?! Ainda tem muito aí dentro. Pra todo mundo ver.
    Adorei ter emprestado meu nome pra essa história.
    Uma hora.. Tudo se acalma.. Se acomoda. A poeira baixa.. Vai e passa.
    ..

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  2. Milimétricamente descritível, triste e também de bom gosto. \o

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  3. e pode ser que nem exista.
    cara, e se nao existir mesmo, o que nós, romanticos, somos?

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