quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Grade



A relevância era infiel em suas expectativas
Pois, no fechar dos olhos, a luz ainda continuava a clarear seu rosto
Iluminando cada detalhe triste naquele momento

Aquelas grades que impediam meu corpo
Não evitavam a sobriedade dos meus sentimentos
Angustiavam meu coração, rugiam meus sentimentos
Mas no pequeno detalhe do segundo restante
Deu-me força de expelir minhas amarras pra fora
Pedindo apenas a sua mão

A segurar, nada tinha ela a ganhar
Contudo, mesmo existindo aquela grade rente a nos
Nossas mãos encontraram-se

Era como nunca tivéssemos nos conhecido
Cada detalhe era novo, assim como a sensação de encontro
Foi prosseguindo até cada rosto se encontrar
No colar dos olhos, no sentir da respiração
A única barreira era a grade, que por sua vez
Foi vencido por um pequeno encostar dos lábios
Naquele momento, mesmo separados
Ainda éramos somente um corpo.

2 comentários:

  1. Muito belo! "Mesmos separados, ainda um corpo".
    Tocante texto.
    Parabéns!

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  2. O despertar e o adormecer das palavras..
    Como encanta e surpreende o teu dom para com elas!!

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