sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Da alma apaziguada.

Deixou a música preferida - já tão clichê e repetida - ser o som de fundo para o primeiro beijo.
Segurou-lhe a face com vontade e beijou seu nariz. Acariciou com delicadeza o rosto - antes triste e cansado - sereno.
Ela sentia mansidão ao seu lado. Era o agasalho no inverno, custava acreditar ter encontrado aquilo. E no meio de tantas reviravoltas.... Achá-lo ao seu lado, bem ali. Como se fosse prisioneiro da condição. Como se esperasse um carro em alta velocidade, voltar na contra-mão.
Foi o abraço de despedida que a fez ver: - Ele era tudo aquilo que queria ter. Só pra ela.
Dividir seria complicado. Começar algo no que já estava planejado.
As mãos se largaram. Mesmo depois do efeito da presença, tudo ficou ameno.
E o pôr vir , tão incerto, parecia agora tão concreto, algo que jamais viu.
Sem alianças ou compromissos , falas ou serviços. Eram dois em poucas horas.
Iriam começar a longa história. Sem tristeza, ambos eram a fortaleza... Um do outro.
Anestesiou-se ao vê-lo partir. Queria a noite inteira pra ouvir sua voz - sussurrante - rir dos relatos chocantes das noites insanas.
Conseguiu , enfim, entrar em casa, enquanto ele partia para o universo de um outro tempo.
De uma longa caminhada.

Um comentário: