“Os
prazeres do amor jamais nos serviram. Devemos nos considerar felizes se não nos
aborrecerem” me sopra o filósofo Epicuro me ajudando nessa empreitada, após
longa jornada de irresponsabilidade textual, de escrever ao blog.
Passemos
então a imaginar nossas vidas como uma grande sala branca, rodeada por estantes
que ocupam todo o pé direito do espaço da nossa alma. Coloridas, vagas
disformes ao estilo Escher em que são ocupadas por qualidades e defeitos de
diversos formatos.
“Estou
cansado de ser vilipendiado, incompreendido e descartado, quem diz que me
entende nunca quis saber” disse Renato Russo ao ficar inconformado com as
críticas recebidas diante de sua estante escura, com a pintura manchada pelo
tempo e falta de cuidados.
Mas
é possível um retoque, diríamos ao mestre do rock que tanto nos compreendeu em
forma de letras e cifras. Diríamos ainda que é possível remontar a estante para
uma nova análise. Uma mensagem de esperança grudada sobre a mancha, Renato, é
tudo o que precisamos!
"Reconhece
a queda e não desanima" lembra-nos o próprio Vanzolini no seu
samba-aula-canção de vida, nos mostrando que nessa passagem pela vida, são vários
os cavalos de Tróia que nos são oferecidos e que a queda é a certeza pelo qual
devemos estar sempre preparados.
“Há males na vida que vem para o bem” nos diz Jorge
Aragão, aconselhando- nos a tirar o pó dos livros e Cd’s, nessa estante em construção,
deixando-a mais alegre, mas feliz e com um bom espaço para novos postais e cartas
de amor.
Que bonito este teu texto-quase-musical. Faz mais. :)
ResponderExcluir