Mostrando postagens com marcador amor. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador amor. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 9 de julho de 2014

Sonhar...

…e acordar sem você, amor, é como não beber água depois de escovar os dentes. Como esperar aquele ônibus há horas e perceber que ele não vai parar porque ta lotado. É como precisar daquele abraço apertado e só ganhar um aperto de mão e dois beijinhos no rosto (um em cada lado). É como dirigir um carro de marchas na contra mão. É como tentar andar de costas e de olhos fechados na tua direção.

Não te ter ao lado ao despertar, entorpecida de você, é como ouvir uma música bonita só com um lado do fone de ouvido. Como andar no sol quente sem óculos, desprotegido. É como esperar o sinal vermelho abrir. É como sujar os sapatos recém engraxados. É como se preparar para um dia de sol e ver que o tempo ta nublado.

É que não ter seus olhinhos pequenos e brilhantes, logo depois de me deslumbrar contigo, me agonia. Eu não quero te dizer o que guardo aqui dentro. Não quero te contar que você faz essa falta que machuca, estraçalha e bagunça mais ainda a minha sutil insanidade. Não quero te contar a vontade que tenho de mexer novamente em teus cachos. De enrolar meus dedos por entre eles e adormecer contigo deitado de cabeça para baixo.


Mas deixa eu voltar a dormir agora, amor. Porque amanhã vai ser difícil admitir que hoje você me encheu de saudades. Vai ser árduo perceber que nenhum tempo é bom o bastante ao teu lado.

domingo, 21 de outubro de 2012

Com todo o amor



Quero-te bem, meu bem
Te amo além
Do que os sonhos fantasiavam
Do que eu sonhava também
Te amo além
Dos meus planos de amar alguém
Amo-te tanto, portanto
E sem porém.

Te amo aqui ou aí, ou ali, além
Em qualquer outro lugar
Amo-te sempre, sem você não sou ninguém
Nem quero ser
Pois você, amor, é o meu lar.

Thaís Carvalho

terça-feira, 17 de julho de 2012

Tanto


Quero todo dia
Sua companhia
Ter a sua voz
Ao pé do ouvido
Ter o seu olhar dentro do meu
Esse amor constante vivido
Por você e eu.
Te amo tanto é o que vou dizer
Com os seus dedos entre os meus
Quero acordar e dormir vendo você
E nunca mais ter que dizer adeus.


Thaís Carvalho

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Um bom motivo







Já não escrevo tanto assim

Não por falta de palavras

Ou mesmo inspiração

Se não escrevo como antes

É por falta de tempo

Não por falta de paixão.

É que o tempo anda escasso

E o que me sobra eu passo

Sem reservas com meu bem

Se não escrevo poesia

Não é por falta de amor

Nem de alegria

É por culpa de alguém

Que me ocupa os pensamentos

Preenche o coração

Alimenta meu sorriso

Já não tenho mais tempo

Perdoem o meu sumiço

Essa vida de correria

Entendam e relevem

Melhor ainda que escrever

É viver... Viver a poesia.



Thaís Carvalho

sábado, 29 de outubro de 2011

Sentir Saudade

  Aqueles olhos que nasceram para sorrir, que outrora foram locados pela tristeza, haviam voltado ao seu normal. Alí residia a felicidade.

  Agora ao encontrar-se sozinha já não chorava, apenas sentia um aperto no peito, era saudade. Não daquilo que a feriu, mas dos momentos ternos que fazia morada em sua vida há poucas semanas.
Não concordava com camões: O amor não era fogo que ardia sem se ver. Era mais brando, pacífico, era o descanso da sua alma cansada de perambular pelo mundo. 

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Segredo






Não me leve a mal

O amor tem pressa

De ser feliz

Mas pra mim

Não é assim

Como se diz

Tenho medo

Não me leve a mal

Nem me deixe

Com este segredo

Guardado aqui

Meu coração silenciou-se

Mas ainda bate

Em disparate

Por ti.


Thaís Carvalho

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Sentir...


Na soma de todas as letras, concluo desiludida
Cansei das palavras!
Elas que pareciam tão companheiras minhas
No fim das contas
Mentiam nas entrelinhas
Sim,
Palavras mentem, enganam
Dissimulam
Palavras brincam, criam mal-entendidos
Encabulam.
Elas têm o poder de curar,
mas que força possuem para fazer sangrar!
Não as quero pra mim. Antes, decidida, prefiro olhares.
Quão lindos são os olhos em que se vê
Sentimento
Que refletem o que sentem, sem nenhum armamento.
Quero esses olhos!
Quero abraços sinceros, quentes, confiantes...
Quero abraços que não fujam, não enlacem sem apertar
E que não apertem pra sufocar. Mas, se o sufoco for bom
Que mal há?
Quero olhares, abraços!
Atitudes decisivas.
Pois a maior declaração de amor é não declarar.
É demonstrar. São essas provas vivas, são gestos
Que palavra nenhuma pode registrar.
Os sentimentos mais puros e honestos
São o que não são preciso falar, ou definir.
Basta somente uma coisa:
Sentir...



Thaís Carvalho


terça-feira, 19 de julho de 2011

Malinculia*



De Antonino Sales

Malinculia, Patrão,
É um suspiro maguado
Qui nace no coração!
É o grito safucado
Duma sôdade iscundida
Qui nos fala do passado
Sem se torná cunhicida!

É aquilo qui se sente
Sem se pudê ispricá!
Qui fala dentro da gente
Mas qui não diz onde istá!
Malinculia é tristeza
Misturada cum paxão,
Vibrando na furtaleza
Das corda do coração!

Malinculia é qui nem
Um caminho bem diserto
Onde não passa ninguém...
Mas nem purisso, bem perto,
Uma voz misteriosa
Relata munto baxinho
Umas históra sôdosa,
Cheias de amô e carinho!

Seu moço, malinculia
É a luz isbranquiçada
Dos ano qui se passou...
É ternura... é aligria...
É uma frô prêfumada
Mudando sempre de cô!

Às vez ela vem na prece
Qui a gente reza sósinho.
Outras vez ela aparece
No canto dum passarinho,
Numa lembrança apagada,
No rumance dum amô,
Numa coisa já passada,
Num sonho qui se afindou!

A tá da malinculia
Não tem casa onde morá...
.........................
Ela véve noite e dia
Os coração a rondá!...
.........................
Não tem corpo, não tem arma,
Não é home nem muié...
.........................
E ninguém lhe bate parma
Pru causo de sê quem é!
.........................
Ela se isconde num bêjo
Qui foi dado ha muntos ano...
Malinculia é desejo,
É cinza de disingano,
Malinculia é amô
Pulo tempo sipurtado,
Malinculia é a dô
Qui o home sofre calado
Quando lhe vem à lembrança
Passages de sua vida...
.........................
Juras de amô... isperança...
Na mucidade colhida!
.........................
É tudo o qui pode havê
Guardado num coração!
.........................
É uma históra qui se lê
Sem forma de ispricação!
.........................
Pruquê inda vai nacê
O home, ou mêrmo a muié,
Capacitado a dizê
.........................
Malinculia o qui é!!!




*Modo sertanejo de dizer "melancolia".

domingo, 19 de dezembro de 2010

A Ponte


As cicatrizes já não doem, nem mesmo em tempos frios. Se às vezes lembro que existem, o sorriso diminui nos lábios por pouquíssimos segundos. Não mais que isso.

As palavras que por toda uma vida se calaram comigo ferem menos do que as que usei para magoar (mesmo que sem perceber) outras pessoas. É um fato com o qual convivo bem.

Não sou do tipo de pessoa que se arrepende só do que não fez. Na realidade carrego um certo orgulho de muitas coisas que evitei.

Assim como tenho certa angústia de lembrar do que poderia ter feito diferente também carrego a tranqüilidade das coisas boas que conquistei ao longo do tempo.

Já sofri decepções como todo mundo nessa vida. Também já provoquei infelizmente sofrimento em outros.

Já desconfiei de pessoas que mais tarde aprendi que podia confiar. E, infelizmente, também já confiei muito em outros que aprendi, a duras penas, que era necessário duvidar.

Não há nenhuma façanha em tudo isso. Passamos, cada um a seu momento, por situações semelhantes. Mas, a grandiosidade de se abrir os olhos para um novo dia e encher os pulmões de ar me faz ver que é muito bom estar viva para escrever.

Um dia ainda conto a história da ponte pra você. Ou talvez não. Na realidade era um pensamento fruto de uma mágoa que um dia tive.

Quer mesmo saber? ...

Bem, a ponte nem mesmo existe, só que aqui, na minha imaginação, era bem alta, sem cordas pra se segurar, balançando sobre um precipício.

Altíssima, estreita, comprida e completamente insegura - eu jamais ousaria passar sozinha por ela! Mas, por diversas vezes me ofereceram a mão para me acompanhar até o outro lado. Quando dei por mim, estava lá bem no meio da ponte... e sozinha.

Sei que parece triste. Só que eis que aparece você, segura firme minha mão e me ajuda a equilibrar. E ainda agora estamos passando pelas inseguranças dessa ponte. Ela às vezes parece uma aventura perigosa, mas com você ao meu lado conquistei essa certa coragem. Acho que isso me basta para enfrentar o medo e sorrir. E só precisamos continuar de mãos dadas assim.

domingo, 28 de novembro de 2010

Chuva Fina


Era um dia cinza e frio. Entrei no ônibus e sentei-me num daqueles bancos altos, sozinho. Fiquei olhando pela janela a chuva fina molhar a cidade toda aos poucos, sem pressa. Duas moças sentaram-se à minha frente e uma delas ouvia passiva a outra relatar suas dores de um amor distante.

O que mais me cativou não foi a história da moça em si, e sim a pergunta que ela fazia para si mesma em voz alta: ‘Como é possível sentir saudade de um beijo que nunca ganhei?’ Naquele momento me senti tentado a corrigi-la. Quis dizer que havia um equívoco na pergunta. Ela deveria dizer que desejava muito o beijo, pois não haveria como sentir saudade do que não viveu.

Ainda bem que não disse nada a ela, pois o equivocado certamente era eu. Afinal de contas o sentimento era dela, ninguém melhor do que ela para descrevê-lo (ou mesmo questioná-lo). Visto que a amiga apenas sorriu, provavelmente a julgando tola, ela se calou. Eu também me calei. Na realidade, nem estava falando. Mas calei o pensamento.

Pude entender que ela realmente devia sentir saudade. Olhei para fora e percebi que a rua estava completamente molhada, mas a chuva continuava fina. Sem pressa, como tudo nessa vida necessitava ser. Desci duas paradas depois da que eu deveria descer. O pensamento de ter saudade do que não vivi tomou conta de mim de tal forma que já nem sabia direito pra onde estava indo antes. Só que agora eu já sabia onde queria chegar.

Thais Carvalho

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

A gente nunca esquece...


... A primeira vez: o primeiro olhar, o primeiro beijo... são todos tão valiosos para uma relação e por isso mesmo tão citados. Um desses momentos - quase sempre esquecido - porém igualmente ou ainda mais valioso é o primeiro encontro de mãos.
Estar em contato com uma pele que antes nunca tenha tocado, sentir a textura do outro, sua diferente temperatura são essenciais para o amor.
Sejam mãos inseguras ou firmes, delicadas ou calejadas, pequenas, grandes, macias, ásperas, tímidas ou decididas. O primeiro ato de dar as mãos em um romance é a descoberta do outro. Dá uma sensação de que, de mãos dadas (com aquelas específicas mãos, insubstituíveis pro coração) é possível enfrentar tudo que vier.
É a partir desse conhecimento (e reconhecimento) das mãos do outro que nasce uma certeza ainda mais forte de que não se está só no mundo. Que se separem por algumas horas, dias ou meses... mas sabe-se que a extensão de si mesmo pode ser reencontrada e novamente conectada por elas. Tão frágeis, mas tão grandiosas - as nossas mãos dadas, confiadas, sejam por amor, ou paixão... ou não.


Thaís Carvalho

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Amanhecer



Sabe quando a gente perde a direção

Quando os amores já não são mais tão amáveis

E o que passou, desceu rasgando sem piedade

E você pensa, você jura

Nunca mais fazer o mesmo, nunca mais acreditar

E cada novo amor parece espelho do passado

Refletindo cada erro, repetindo cada cena

Sem pausar

E você quer seguir em frente

Reescrever a tua história

Outra vez, ainda mais

Mas te parece que os reflexos to passado

Viram fantasmas sempre prontos

Predispostos a tirar a sua paz

E cada um tem um palpite, uma receita milagrosa

Que te tire desse quarto escuro,

E te liberte dessa dor

Mas, de tudo que já ouvi

Nada mais duro e verdadeiro

Do que o que alguém

Essa semana me falou:

‘Ergue a cabeça, olha pra frente

Que o passado...

Esse... já passou.’

Tanta coisa aconteceu enquanto eu dormia

Mas agora abro a janela

E posso ver com clareza

Que já é dia.


Thaís Carvalho

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Abraço












Quando me abraçou
Você disse: Tá tudo bem, amor
E eu me despreocupei
Era pra ser assim, não era?
Eu respirei aliviada
e você disse: não foi nada
Desculpa a espera.
Eu te desculpei
Você me olhou nos olhos bem demorado
E me convidou pra dançar
Eu já te avisei que eu danço errado
Mas você disse não se importar
Era assim, não era?
Você não se importava se eu errasse
Sempre compensava o meu passo
Implorava que eu dançasse
Hoje já não sei
Acho que não é mais como antes
Sinto que dancei
A diferença é que agora
Você não está aqui pra compensar
Mais o meu passo
Eu nem queria mais dançar
Bastava apenas que repetisse
O que me disse
Naquele abraço.


Thaís Carvalho

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Epitáfio










Amou
Intensamente
Cada amor, cada paixão
Como o último momento
A derradeira estação
Amou
Desenfreadamente
Sem freio, sem direção
Cada livro, cada presente
Todo poema e canção
Amou
Total e lealmente
O que mais tinha admiração
Deus, amigos e parentes
Num só puro coração
Amou
Assim e desesperadamente
Os teus olhos de emoção
Que a deixaram contente
Mesmo dizendo-lhe "não"
Amou, enfim
A vida docemente
Por ver em ti uma razão
A mais, para seguir em frente
Para viver, feliz, completa
Então.


Thaís Carvalho

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Escolha













Um poema antigo com um assunto atual...

Ter no peito uma dor que é a cura
Ou uma calma que parece com tormenta
Possuir o sentimento que o poeta mais procura
Ou a paz do desamor, daquele que não tenta.
Basear o dia-a-dia na esperança de um encontro
Que talvez nem aconteça, mas com o qual sempre se sonha
Ou simplesmente viver, sem nenhum confronto
Não ter dor de cabeça, nem ciúme, nem vergonha.

Estar atado a uma pessoa que nem sempre se envolve
Ou desfrutar a liberdade de um peito sem amor
Querer uma emoção que a tudo absolve
Ou preferir o desapego, seja a que preço for
Ficar contente com um simples cruzar de olhares
Ou viver cada dia à espera de aventura
Acreditar que existam realmente almas pares
Ou crer que é em vão toda essa procura.

Sofrer, amar, sentir, querer, atar
Estar alegre por ser mero sonhador
Ou não querer o abrigo de um olhar
Ou não querer o martírio de um amor
Qual será a escolha mais correta
Ter no peito tanto amor cheio de brio
Ou um coração vazio de poeta?
Ou um coração de poeta vazio?


Thaís Carvalho

sábado, 5 de junho de 2010

Isso é tudo










Me perdoa se parece pouco
Mas é tudo que te posso oferecer
Já perdi tempo, energia e coragem
E me sobrou só essa imagem
De sofrer.
Parece triste, também sei
Mas é verdade
Sem maquiagem
O que me resta é ainda ser
Uma mistura de tudo que passei
Que aprendi, ou simplesmente
Que sonhei.
Se o brilho partiu
Com a primeira lágrima caída
Ou desbotou
Junto com a alma já partida
Se o coração já desconfia da paixão
Pouco me importa, aprendi não prometer
Mais do que posso nem crer
Ou criar uma ilusão
Só te ofereço o que sei
Que ainda é meu
Pode ser pouco mas eu sei
Que ainda existe
Se o que sobrou do que eu fui pode ser seu
Já não parece assim tão triste
Eu oferto a você
Que seja pouco, pareça nada
Mas é tudo que te posso oferecer.


Thaís Carvalho

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Palavras não ditas









Pelas palavras que ainda surgirão

Promessas de amor ou rompantes de razão

Já não se sabe mais o que pronunciar

Cada palavra pensada

É outra deixada no ar

Pelas palavras que ainda não balbuciei

As que esqueci, as que escondi, as que 'inda hei

De um dia quem sabe revelar...

A todas elas... por todas elas...

Espero o tempo correto, exato

Pra falar... ou então...

Calar se for preciso

Num olhar, numa lágrima

Ou, melhor ainda... num sorriso.


Thais Carvalho

sexta-feira, 30 de abril de 2010

Ela/Ele - Sandy




Independente de curtir ou não esse estilo musical, vale a pena ler a letra dessa música. Eu a conheci, ouvindo agora há pouco no site da rádio UOL. E gostei da melodia também.



Ela via o mundo
Ele via o mundo

Viam sob a mesma luz
Isso é tudo
E era tudo
Que havia
Entre os dois em comum

Se conheceram
No inverno de 2002
No vento um prelúdio
Do que viria depois

O frio desculpa se fez
Pra ele estender seu casaco
Nos ombros dela

O inverno então se desfez
Quando ela em troca
Lhe deu com o olhar um abraço

Ele era um aspirante a poeta
Ela era inspiração
E pra ele qualquer coisa nela
Despertava uma canção
Ela que sempre buscava
Em tudo um porque
Com ele bastava
Estar, sentir e viver

O tempo voava pros dois
E nem todo o tempo do mundo
Seria o bastante

Os dias
Vividos a dois
Provavam que a eternidade
É só um instante

Ela já quis ser de tudo
E até sonhou
Em ser piloto de avião
Finalmente alcançou o céu
No instante em que ele lhe pediu a mão

Três letras
Ela respondeu
E a mais linda música
Se transformou sua voz

Enfim não haveria mais
Qualquer cabimento de vida
Vivido a sós.

domingo, 25 de abril de 2010

Cumplicidade



Não eram do tipo de casal que chamasse a atenção. Nem tinham tal pretensão. Viviam “na deles”. Tinham um sorriso no rosto, não de euforia, mas de tranqüilidade. Não se via demonstrações efusivas de afeto, apenas um caminhar de mãos dadas, um afago nos cabelos, um modesto selinho. Os amigos até apostavam no término do namoro. Não há paixão – diziam eles – não há rompantes, não brigam, logo concluíam: não há amor. Os namorados chegaram a saber desses rumores a respeito do seu relacionamento. Ele achou engraçado os outros estarem discutindo sua vida amorosa. Ela não se agradou muito da idéia. Será que falta de brigas significava falta de amor? Não que ela duvidasse do amor que sentiam, pelo menos não até aquele momento.

Tudo isso eles conversaram. E, enquanto os outros estavam certos de que era o fim, eles chegavam à conclusão que era um grande baboseira essa história de brigas ser termômetro para o amor. Não é que indiferença seja sinônimo de romantismo. Isso não. Só que eles nunca eram indiferentes um ao outro. Pelo contrário, era aquele sorriso tranqüilo que carregavam a prova maior da cumplicidade entre eles. O tempo que gastavam juntos, conversando horas, ou simplesmente calados, olhando o dia passar... o entrelaçar dos dedos no dar as mãos...

E para os que diziam que não havia paixão... é porque nunca prestaram atenção no jeito como eles se olhavam! Porque eles realmente se olhavam! E, o que é melhor: se enxergavam.

sábado, 17 de abril de 2010

Chuva

dezembro/05
E na chuva que cai
Devagar
Como as lágrimas
Que já derrubei
Há poemas de amor
De um rei
Um senhor
Cada gota
Uma rima
De um homem enganado
Há loucura de amor
No sereno que cai
No telhado
Há desejos e sons
De sonhos tão bons
Para serem realidade
Há verdade na chuva
Que cai
De saudade.