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quarta-feira, 9 de julho de 2014

Sonhar...

…e acordar sem você, amor, é como não beber água depois de escovar os dentes. Como esperar aquele ônibus há horas e perceber que ele não vai parar porque ta lotado. É como precisar daquele abraço apertado e só ganhar um aperto de mão e dois beijinhos no rosto (um em cada lado). É como dirigir um carro de marchas na contra mão. É como tentar andar de costas e de olhos fechados na tua direção.

Não te ter ao lado ao despertar, entorpecida de você, é como ouvir uma música bonita só com um lado do fone de ouvido. Como andar no sol quente sem óculos, desprotegido. É como esperar o sinal vermelho abrir. É como sujar os sapatos recém engraxados. É como se preparar para um dia de sol e ver que o tempo ta nublado.

É que não ter seus olhinhos pequenos e brilhantes, logo depois de me deslumbrar contigo, me agonia. Eu não quero te dizer o que guardo aqui dentro. Não quero te contar que você faz essa falta que machuca, estraçalha e bagunça mais ainda a minha sutil insanidade. Não quero te contar a vontade que tenho de mexer novamente em teus cachos. De enrolar meus dedos por entre eles e adormecer contigo deitado de cabeça para baixo.


Mas deixa eu voltar a dormir agora, amor. Porque amanhã vai ser difícil admitir que hoje você me encheu de saudades. Vai ser árduo perceber que nenhum tempo é bom o bastante ao teu lado.

terça-feira, 17 de julho de 2012

Tanto


Quero todo dia
Sua companhia
Ter a sua voz
Ao pé do ouvido
Ter o seu olhar dentro do meu
Esse amor constante vivido
Por você e eu.
Te amo tanto é o que vou dizer
Com os seus dedos entre os meus
Quero acordar e dormir vendo você
E nunca mais ter que dizer adeus.


Thaís Carvalho

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Lençol





  Ela queria se apaixonar porque o amor é assim, é uma questão de querer. Ficava horas isolada ouvindo seus pensamentos, e não precisava muito para convencer seu coração a entrar de encontro com essa querência. 

  Não era capricho. Só quis amá-lo. Não se importou de sentir-se asfixiada ao lembrar do sorriso dele, das mãos que percorriam seu corpo e nem daqueles olhos graúdos que se fechavam quando a beijava à boca. 

  Gostava do coração batendo, entoando sonetos. Gostava dos olhos cheios de saudade, gostava do cheiro da lembrança que a acalmava, de tê-lo em pensamentos todos os dias ao acordar. De ficar com o olhar perdido diante as situações mais inusitadas, dos pequenos deslizes, desastres que cometia quando a mente vagueava em busca dele.

  Naqueles abraços ela se encontrava, encontrava cada pedaço que pensava ter perdido em algumas situações. A tristeza entrava em estado de calefação quando era anunciado um encontro entre aquelas duas almas, a dela, que julgava estar perdida há tempos, com a dele. Ele encontrou o âmago perdido dela. Aos poucos, o interesse dela não era pegar algo que lhe pertencia, mas sim, de vê-lo e estar com ele. Nesses encontros, viu como o ser é transcendente, principalmente quando se ama.

  Queria sentar ao lado dele e contar as coisas que tinha visto, das experiências vividas e observadas, apresentar-lhe suas teorias, mas a vontade quando estava próxima a ele, ultrapassava o desejo de falar e se contentava muito mais em ouvi-lo, de observar cada expressão facial e de apreciar cada brincadeira.

  O cabelo negro espalhado pelo lençol branco da cama, fones de ouvido e os olhos de um castanho profundo perdidos nos pensamentos.Eram dele aqueles sorrisos dados em meio a tormenta da sua vida, dos dias nublados. Gostava de lembrar que já deitou ao lado dele e se entregou, entregou-se como nunca tivera feito antes.


sábado, 29 de outubro de 2011

Sentir Saudade

  Aqueles olhos que nasceram para sorrir, que outrora foram locados pela tristeza, haviam voltado ao seu normal. Alí residia a felicidade.

  Agora ao encontrar-se sozinha já não chorava, apenas sentia um aperto no peito, era saudade. Não daquilo que a feriu, mas dos momentos ternos que fazia morada em sua vida há poucas semanas.
Não concordava com camões: O amor não era fogo que ardia sem se ver. Era mais brando, pacífico, era o descanso da sua alma cansada de perambular pelo mundo. 

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Segredo






Não me leve a mal

O amor tem pressa

De ser feliz

Mas pra mim

Não é assim

Como se diz

Tenho medo

Não me leve a mal

Nem me deixe

Com este segredo

Guardado aqui

Meu coração silenciou-se

Mas ainda bate

Em disparate

Por ti.


Thaís Carvalho

terça-feira, 19 de julho de 2011

Malinculia*



De Antonino Sales

Malinculia, Patrão,
É um suspiro maguado
Qui nace no coração!
É o grito safucado
Duma sôdade iscundida
Qui nos fala do passado
Sem se torná cunhicida!

É aquilo qui se sente
Sem se pudê ispricá!
Qui fala dentro da gente
Mas qui não diz onde istá!
Malinculia é tristeza
Misturada cum paxão,
Vibrando na furtaleza
Das corda do coração!

Malinculia é qui nem
Um caminho bem diserto
Onde não passa ninguém...
Mas nem purisso, bem perto,
Uma voz misteriosa
Relata munto baxinho
Umas históra sôdosa,
Cheias de amô e carinho!

Seu moço, malinculia
É a luz isbranquiçada
Dos ano qui se passou...
É ternura... é aligria...
É uma frô prêfumada
Mudando sempre de cô!

Às vez ela vem na prece
Qui a gente reza sósinho.
Outras vez ela aparece
No canto dum passarinho,
Numa lembrança apagada,
No rumance dum amô,
Numa coisa já passada,
Num sonho qui se afindou!

A tá da malinculia
Não tem casa onde morá...
.........................
Ela véve noite e dia
Os coração a rondá!...
.........................
Não tem corpo, não tem arma,
Não é home nem muié...
.........................
E ninguém lhe bate parma
Pru causo de sê quem é!
.........................
Ela se isconde num bêjo
Qui foi dado ha muntos ano...
Malinculia é desejo,
É cinza de disingano,
Malinculia é amô
Pulo tempo sipurtado,
Malinculia é a dô
Qui o home sofre calado
Quando lhe vem à lembrança
Passages de sua vida...
.........................
Juras de amô... isperança...
Na mucidade colhida!
.........................
É tudo o qui pode havê
Guardado num coração!
.........................
É uma históra qui se lê
Sem forma de ispricação!
.........................
Pruquê inda vai nacê
O home, ou mêrmo a muié,
Capacitado a dizê
.........................
Malinculia o qui é!!!




*Modo sertanejo de dizer "melancolia".

domingo, 28 de novembro de 2010

Chuva Fina


Era um dia cinza e frio. Entrei no ônibus e sentei-me num daqueles bancos altos, sozinho. Fiquei olhando pela janela a chuva fina molhar a cidade toda aos poucos, sem pressa. Duas moças sentaram-se à minha frente e uma delas ouvia passiva a outra relatar suas dores de um amor distante.

O que mais me cativou não foi a história da moça em si, e sim a pergunta que ela fazia para si mesma em voz alta: ‘Como é possível sentir saudade de um beijo que nunca ganhei?’ Naquele momento me senti tentado a corrigi-la. Quis dizer que havia um equívoco na pergunta. Ela deveria dizer que desejava muito o beijo, pois não haveria como sentir saudade do que não viveu.

Ainda bem que não disse nada a ela, pois o equivocado certamente era eu. Afinal de contas o sentimento era dela, ninguém melhor do que ela para descrevê-lo (ou mesmo questioná-lo). Visto que a amiga apenas sorriu, provavelmente a julgando tola, ela se calou. Eu também me calei. Na realidade, nem estava falando. Mas calei o pensamento.

Pude entender que ela realmente devia sentir saudade. Olhei para fora e percebi que a rua estava completamente molhada, mas a chuva continuava fina. Sem pressa, como tudo nessa vida necessitava ser. Desci duas paradas depois da que eu deveria descer. O pensamento de ter saudade do que não vivi tomou conta de mim de tal forma que já nem sabia direito pra onde estava indo antes. Só que agora eu já sabia onde queria chegar.

Thais Carvalho

sábado, 17 de abril de 2010

Chuva

dezembro/05
E na chuva que cai
Devagar
Como as lágrimas
Que já derrubei
Há poemas de amor
De um rei
Um senhor
Cada gota
Uma rima
De um homem enganado
Há loucura de amor
No sereno que cai
No telhado
Há desejos e sons
De sonhos tão bons
Para serem realidade
Há verdade na chuva
Que cai
De saudade.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Em vão

Não há palavras.
Já as procurei
em cada canto do quarto.
Não há nenhuma
que possa definir o que sinto.
E isso não é novidade.
Elas nunca existiram,
só agora eu percebi.
Sempre foram apenas
ilusões auditivas...
Sonhei ouvi-las de ti.
Mas era sonho
E quando acordei
Procurei, fui atrás...
Não estavam aqui
Não estavas mais
Aqui.
Thais Carvalho

domingo, 4 de abril de 2010

Sobre o que era

O que restou não foi amor

Se tudo não passou de um engano

O que restou não era pleno

Era somente um plano

De felicidade.


Se te segui sem você ver

Rastreei os teus caminhos

Vasculhei as coisas tuas

Não era dor

Era só curiosidade.


Senti teu cheiro pela rua

E o teu gosto me visitou

Mas não era ciúme

Nem amor.

Era só

Simples e só

Boba saudade.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Mais uma de amor...

Ou: grandes verdades sobre o amor
Quantas vezes se pode amar numa única vida? É certo que nos apaixonamos infinitas vezes e, várias outras vezes, acreditamos fielmente amar alguém com toda nossa força. Acreditamos ainda, que esse amor durará por toda nossa existência, com a mais absoluta certeza. E assim, amamos e desamamos tão rotineiramente: as paixões surgem e desaparecem a cada dia, pessoas vem, pessoas vão, pessoas se transformam… E a cada vez que amamos, acreditamos que estar amando como nunca, e o novo amor sempre vai ser um amor diferente, um amor maior, mais verdadeiro e com todas as outras classificações tolas que um ser apaixonado inventa...

Mas, pobre daqueles que não acreditam no amor. Estes, nunca conhecerão o paraíso para qual o amor nos leva, afinal, para se amar e se entregar ao amor, é preciso, antes de tudo, acreditar, até perceber que nada, absolutamente nada, faz sentindo sem ter o amor por perto, ou sem saber onde colocar sua fonte de alegrias, força e fé. O amor existe e sempre vai existir em todos os lugares e tempos, e vai resistir, inclusive – embora com muita dor – à distancia de um oceano inteiro.

Eu não ousaria dizer o que é um amor de verdade ou, muito menos, medir intensidades. Mas eu diria que conseguir se desfazer de todas as máscaras e escudos construídos por amores e desamores antigos, perdidos e desperdiçados, já é um bom começo para um novo – realmente novo – e absoluto amor. O amor que eu falo é aquele onde é permitido crescer, errar, aprender, ensinar e desaprender junto. Se existe um paraíso neste mundo, certamente, é o colo do seu amor. Aquele amor que faz chorar simplesmente por um abraço não dado, e que faz de tudo para deixar qualquer desentendimento para a segunda-feira, afinal, o fim de semana tem que ser só de amor, nada de briguinhas na sexta, sabado ou domingo, ok?

O amor nos torna uma pessoa melhor, e saber curtir a vida é sinônimo de saber amar; saber viver é saber fazer o seu amor a pessoa mais feliz do mundo, oferecendo respeito, carinho, confiança, alegria e até declarações num blog como esse. Afinal, se este blog é mesmo a confraria dos últimos românticos, que me seja então permitido enviar (bem de longe) os parabéns ao meu amor, e agradecer pelos dois anos de muito aprendizado sobre vida, mundo, estrelas, doces, música, cinema, poesia, cores... e sobre tantas outras maravilhas que o universo tem a nos oferecer, maravilhas estas, que se tornam mais radiantes quando compartilhadas com um parceiro de verdade. Amor, parabéns por estes dois anos!


terça-feira, 17 de novembro de 2009

In Finito

In Finito
-
Tinham a voz embargada
Um choro contido talvez
Era o último olhar que trocariam
No nada
Era a última vez.
-
As mãos se encontraram sobre a mesa
Disfarces
Separações
Mãos na defesa.
-
Gelaram.
-
Como dizer adeus
Esse era o ponto
O real motivo
Do encontro.
Sob os céus
Taciturnos
Os habitantes
Noturnos
Passavam
E o silêncio
Era denso
E a lágrima
Inevitável.
-
Suores
Tremura
Último olhar
De candura
Era pra ser
Eterno
Ela de verde
Ele de terno
Última sensação
De paz
Completos
Por pouco tempo
A mais.
-
O sino da igreja
Badalou.
Era tarde demais
Era a hora do show
Que não permite
Que não espera
Que não se compadece
O tempo - fera
Que devora a tudo
Que não lhe obedece.
-
Apenas os olhos falavam
E quantas palavras
Cheias de dor
Proferiam
Nada mais
A dizer
As mãos se tocaram pela última vez
Os olhos se fitaram
No derradeiro segundo
E um singelo ósculo
Não mais que isso
Um leve toque de lábios
Que não permite
Participação alguma
Além da sensação
De finito
Definitivo
Na lembrança eterna
E terna
Um gosto que não poderá
Ser desfeito
Nem o tempo irá desmanchar
Esteja onde estiver
Em qualquer lugar
Sempre um sino irá
Badalar
Trazendo à memória
Aquele momento
Aquela história
Ainda presente.
-
Foi a última vez que os meus olhos o alcançaram
Totalmente.
-
Thaís Carvalho