Mostrando postagens com marcador amar. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador amar. Mostrar todas as postagens

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Lençol





  Ela queria se apaixonar porque o amor é assim, é uma questão de querer. Ficava horas isolada ouvindo seus pensamentos, e não precisava muito para convencer seu coração a entrar de encontro com essa querência. 

  Não era capricho. Só quis amá-lo. Não se importou de sentir-se asfixiada ao lembrar do sorriso dele, das mãos que percorriam seu corpo e nem daqueles olhos graúdos que se fechavam quando a beijava à boca. 

  Gostava do coração batendo, entoando sonetos. Gostava dos olhos cheios de saudade, gostava do cheiro da lembrança que a acalmava, de tê-lo em pensamentos todos os dias ao acordar. De ficar com o olhar perdido diante as situações mais inusitadas, dos pequenos deslizes, desastres que cometia quando a mente vagueava em busca dele.

  Naqueles abraços ela se encontrava, encontrava cada pedaço que pensava ter perdido em algumas situações. A tristeza entrava em estado de calefação quando era anunciado um encontro entre aquelas duas almas, a dela, que julgava estar perdida há tempos, com a dele. Ele encontrou o âmago perdido dela. Aos poucos, o interesse dela não era pegar algo que lhe pertencia, mas sim, de vê-lo e estar com ele. Nesses encontros, viu como o ser é transcendente, principalmente quando se ama.

  Queria sentar ao lado dele e contar as coisas que tinha visto, das experiências vividas e observadas, apresentar-lhe suas teorias, mas a vontade quando estava próxima a ele, ultrapassava o desejo de falar e se contentava muito mais em ouvi-lo, de observar cada expressão facial e de apreciar cada brincadeira.

  O cabelo negro espalhado pelo lençol branco da cama, fones de ouvido e os olhos de um castanho profundo perdidos nos pensamentos.Eram dele aqueles sorrisos dados em meio a tormenta da sua vida, dos dias nublados. Gostava de lembrar que já deitou ao lado dele e se entregou, entregou-se como nunca tivera feito antes.


quarta-feira, 23 de junho de 2010

Escolha













Um poema antigo com um assunto atual...

Ter no peito uma dor que é a cura
Ou uma calma que parece com tormenta
Possuir o sentimento que o poeta mais procura
Ou a paz do desamor, daquele que não tenta.
Basear o dia-a-dia na esperança de um encontro
Que talvez nem aconteça, mas com o qual sempre se sonha
Ou simplesmente viver, sem nenhum confronto
Não ter dor de cabeça, nem ciúme, nem vergonha.

Estar atado a uma pessoa que nem sempre se envolve
Ou desfrutar a liberdade de um peito sem amor
Querer uma emoção que a tudo absolve
Ou preferir o desapego, seja a que preço for
Ficar contente com um simples cruzar de olhares
Ou viver cada dia à espera de aventura
Acreditar que existam realmente almas pares
Ou crer que é em vão toda essa procura.

Sofrer, amar, sentir, querer, atar
Estar alegre por ser mero sonhador
Ou não querer o abrigo de um olhar
Ou não querer o martírio de um amor
Qual será a escolha mais correta
Ter no peito tanto amor cheio de brio
Ou um coração vazio de poeta?
Ou um coração de poeta vazio?


Thaís Carvalho